O Acampamento - Diário #1
- autorwudsonjr
- 9 de jan. de 2024
- 31 min de leitura
Atualizado: 28 de ago. de 2024

Contos eróticos - Trilogia Diário - Conto 1.
por Ethan.
Eu realmente não sei o que estava pensando quando decidi comprar esse caderno. Na verdade, até sei, mas o motivo é infantil demais e me faz encolher em vergonha só de pensar. Pensei em fazer desse caderno feio um diário, eu sei, algo bem anos 90, ou algo assim (e também não dou a mínima se estiver errado), mesmo sabendo que ele vai acabar virando a agenda que minha mãe usa para anotar as coisas que ela quer que eu compre no mercado uma vez por semana porque vou desistir dele e, provavelmente, vou deixá-lo de lado e só lembrar de sua existência quando o ver nas garras furtivas de minha mãe.
O melhor que faço é aproveitar essa vontade súbita de escrever até ela ser coberta pelos três pilares que cercam minha mente vinte e quatro horas por dia: desenhos, séries adolescentes... punheta. Pois é, estou tentado a dizer que, de todos esses, o terceiro é o que me ocupa mais tempo no dia.
Sou um virgem entediado com a vida, com pouco dinheiro para fingir que gasto meu tempo com coisas boas e, infelizmente, cheio de hormônios que me impedem de ignorar as cinco/sete ereções que tenho durante o dia. Todos os dias da semana. Às vezes, eu sei quando elas estão se aproximando, pois sinto um arrepio desconfortável na nuca e um calor na pélvis até que gostoso, mas geralmente, e digo isso na maioria das vezes, elas chegam e eu sou o último a saber. Bom, pelo menos até sentir o desconforto nas calças apertadas e a vergonha acompanhada da vontade de me enfiar num buraco até a inexistência. Sem contar, é claro, das que eu já acordo tendo que lidar.
Infelizmente para meu pau, sou uma pessoa extremamente organizada e não gosto de fazer sujeira logo pela manhã, então procuro me distrair vendo desenhos animados ou séries cliché de adolescentes até ele se acalmar e me deixar respirar direito. Enfim, talvez os pilares que regem minha mente estejam interligados mais do que eu pensava. Pensando assim, parece até cômico, pois acabei de imaginar o Imperador Pau Ereto com uma capa do Superman pronto para salvar o mundo, porém sendo contido pelos vilões Desenhos (geralmente infantis) e Séries (geralmente uma igual a outra) surgindo como sua kryptonita. Até poderia ir além e imaginar um diálogo entre eles, algo bem esquisito, mas esse não é o meu objetivo com esse diário idiota.
Quero falar sobre um problema que surgiu na minha vida há uns dias atrás, quando tive a infeliz decisão de me inscrever num acampamento de verão. Tudo bem que tenho vinte e dois anos, sou um homem de 1,92 de altura e até pareço querer matar alguém com a “cara de antissocial” que minha mãe alega que eu tenha, mas eu gosto da natureza e sinto que não preciso de um motivo para querer ir acampar. Ponto. Voltando ao problema, ele não é necessariamente algo muito grande..., na verdade, ele deve ter cerca de 1,64, é um branquelo ruivinho de olhos castanhos e sorriso enganador com um admirável apresso por roupas folgadas e melissas pretas (que, segundo ele, são melhores, e mais bonitas, que minhas botas de couro preto rude que ganhei de mim mesmo dois dias antes de meu aniversário).
Aquele baixinho é um enganador de primeira, com aquele sorrisinho de menino tímido (que usa para enganar caras bobões como eu antes de dar o bote), aquelas mãos pequenas e sorrateiras que são viciadas em deslizar por baixo de minha blusa para me tocar quando eu menos espero. O garoto sobre quem estou falando não é uma pessoa boa; é um traidor, um lunático, um mentiroso arrogante, convencido e sexy para um senhor caralho.
Eu estou apaixonado demais por ele.
Porra..., só de lembrar o que aconteceu naquele acampamento sinto os arrepios involuntários na nuca, o calor espontâneo no ventre catalisado pelo desejo de tê-lo.... Vou falar uma coisa: ele me pegou, literalmente, pelas bolas e agora não consigo nem citá-lo sem parecer um babaca apaixonado. Isso é uma merda e vou dizê-lo porquê, diário, mas só irei fazer isso no final de toda essa confissão que, provavelmente, já estou arrependido por estar escrevendo.
Tudo começou no dia em que cheguei na reserva onde o acampamento iria acontecer. A proposta do evento era que todos os inscritos se encontrassem na frente da prefeitura, onde um ônibus estaria os esperando para levar para o local, porém eu odeio pessoas e tenho uma moto, o que deixa tudo mais fácil. Não é mesmo? Não me importei muito em acompanhar os outros, tanto que apenas achei um lugar próximo a margem de um riacho e larguei minhas coisas ao lado de uma pedra.
A primeira coisa que fiz foi começar a montar minha barraca e estava quase terminando de armá-la quando o babaca do guia do acampamento me abordou com seu chapéu e uniforme esquisitos.
— Olá! — Ele acenou incapaz de esconder seu ar antipático. — A área do acampamento é ali — apontou para uma sequência de barracas arrumadas em fileiras, onde um grupo de adolescentes terminava de se arrumar.
— Hm — murmurei, esperando que ele continuasse enquanto martelava o último pino de segurança da barraca.
— Não sei se não percebeu, mas você tem que ir para lá...
— Eu percebi — o interrompi. —, e a resposta é não.
— Isso, tecnicamente, não é uma escolha sua — retrucou notavelmente irritado, cruzando os braços.
— É mesmo? — Larguei o martelo, levantando batendo as mãos para me livrar da poeira, cruzando os braços para imitá-lo.
Observei seus olhos me analisarem de baixo para cima, principalmente quando demoraram bastante tempo na região do botão de minha calça. Ele descruzou os braços e recuou um pouco, tossindo com as bochechas, de repente, vermelhas. Fitou sua prancheta, o lago, a pedra ao lado e, finalmente, voltou a me encarar parecendo estupefato.
— O que você quer? — Perguntei sem um pingo de paciência.
— Nada — respondeu, deu as costas e depois voltou para o amontoado de barracas mais distante.
Aquela tarde estava quente para cacete, o que estava me fazendo suar como um porco. A barraca parecia um forno, fora dela parecia o Inferno, nem mesmo a grama parecia convidativa para uma boa soneca. Decidi, então, tirar as roupas para um mergulho no lago. A água estava limpa e cristalina, na temperatura perfeita para me acalmar. Quando olhei para o grupo de escoteiros, eles estavam ocupados tentando erguer uma rede de vôlei, então pareceu que não se importariam. Eu não ligava, de qualquer forma.
Enquanto me trocava às pressas, notei um par de olhos me encarando à distância. Olhos pequenos e brilhantes esgueirando-se por detrás de uma árvore, expiatórios. Fingi que não percebi e o espião pareceu não notar que havia sido pego, pois continuou a me encarar na surdina. Era um homem baixinho, magro e ruivo, vestido no uniforme ridículo do acampamento. Eu poderia ter ido até ele e perguntado que porra ele queria, mas dei prioridade para o mergulho.
Quando deixei o lago e encarei o mesmo lugar, ele não estava mais lá.
À noite, uma noite de céu azul escuro estrelado onde a lua cheia estava escondida por nuvens brancas que pareciam algodão-doce, quando o guia fez questão de me arrastar para sentar-me junto à fogueira, procurei o ruivinho e não o encontrei. Pensei que iria encontrá-lo ali, mas ninguém ali parecia com ele. De qualquer forma, coisas mais importantes me tomaram a atenção, como o fato de todos aqueles adolescentes não pararem de me olhar como se eu fosse a droga de uma estátua. Tudo bem que eu era o mais alto e, segundo o garoto ao meu lado, o “mais assustador”, mas já estava começando a me irritar.
Estavam contando a história de um espantalho que saía em busca de vítimas em todo Halloween quando perdi a paciência e decidi me afastar para respirar algo além da fumaça daquela fogueira. Foi quando vi o ruivinho, dessa vez sem o uniforme ridículo, vestindo uma blusa rosa folgada e um short que mal chegava em seus joelhos, ele parecia bem bravo com alguma coisa, pois estava gritando até com a pedra ao lado. Chegando mais perto, percebi que o motivo era que ele era tapado e não sabia armar uma barraca.
— Precisa de ajuda? — Perguntei ao me aproximar até estar a poucos metros de distância dele.
Escorei-me no tronco de uma árvore e cruzei os braços à espera de uma resposta, mas ele congelou no lugar, com os olhos – antes pequeninhos – esbugalhados e a boca bem aberta em surpresa genuína. Quando pensei que ia receber uma resposta, ele começou a gaguejar e a recuar até cair por cima dos pinos de suporte da barraca num grito de espanto. Levantou bem rápido, coçando a nuca com um sorrisinho desconfortável, encarando os quatro ventos antes de suspirar e baixar a cabeça num ar de derrota. Ele pensava em fugir? Por que?
— Não consigo montar essa barraca idiota — resmungou largado o pequeno martelo que tinha em mãos.
— Percebi — soltei um risinho comportado, em respeito a ele, porém não deixando de reconhecer sua burrice. — Quer ajuda?
— Ajuda? — Perguntou de abrupto, engasgando numa tosse exagerada. — Não... — tossiu mais umas cinco vezes. — Não precisa — negou balançando as mãos.
— Tem certeza? Não me importo, vai ser rápido — informei-o me aproximando para pegar o martelo próximo aos seus pés.
Ao levantar, notei estar próximo até demais dele e respirei bem fundo, sendo arrebatado pelo cheiro de bombom de seu perfume. Uma rajada de vento soprou entre nós e o cheiro ganhou um tom mais acentuado, exalando tons cítricos docinhos, como se ele tivesse dormido dentro de uma cesta de laranjas e limões há pouco. Ele notou meus olhares furtivos e riu nervoso, afastando-se esfregando as mãos.
— Eu realmente não sei montar e meu amigo não está por perto — disse, afastando os cabelos da testa inutilmente, pois eles caíram no mesmo lugar assim que ele os largou. — Procrastinei para montar a barraca e perdi a hora em que o guia estava auxiliando, sabe?
— Sei — respondi me agachando para estender a lona o suficiente para achar a entrada dos palitos-extensão, aquilo que dava corpo para a barraca não a deixava parecendo com o saco de pão velho. — E o que você estava fazendo, que perdeu a hora de auxílio do guia babaca?
Ele engoliu em seco e desviou o olhar, coçando a nuca de uma maneira engraçada. Seu rosto ficou vermelho quando ele mordeu o lábio e fingiu chutar uma pedra imaginária para cima de mim.
— Eu meio que me perdi...
— Atrás de uma árvore, enquanto me via ficar de cueca? — Completei sua resposta, desviando de sua mentira num tom sério.
Sem desviar o olhar de seus olhos esbugalhados, observando toda a cor deixar seu rosto, voltei a agarrar o martelo para pregar os pinos de sustento da barraca, os que servem para impedir que a lona voe para a casa do caralho.
— Se você viu as coisas desse jeito... — balbuciou, brincando com os dedos.
— E como devo olhar, então? — Indaguei após erguer a barraca, então me aproximei e peguei sua mão aberta para entregá-lo o martelo. — Cuidado com esse martelo, você mal soube segurar os pinos, imagina um pedaço de ferro desse. Em compensação, você soube me espionar como um profissional.
— Não foi bem assim, eu só fui atrás de um esquilo e acabei te encontrando e...
— E decidiu ficar para apreciar a vista? — Ri, dando-o as costas para voltar para a fogueira.
Ele me interrompeu no começo do caminho.
— Espera! — Gritou.
Ele deu a volta ao meu redor e parou de frente para mim, respirando fundo antes de dizer:
— Eu só quero pedir desculpas. Sinto muito se invadi seu espaço pessoal.
— Sem problemas — dei de ombros, recuando um passo porque ele estava perto demais e aquele cheiro de bombom de frutas já estava me enchendo o saco.
Lembra que falei sobre minha possível aversão às pessoas? Então, geralmente eu era bem sociável e só tendia a me afastar quando sentia uma espécie de tensão... sexual prestes a me tomar a atenção, uma tensão semelhante a que estava nos rodeando naquele momento. Normalmente, eu tendia a ficar arredio e nervoso, mas me concentrei em respirar fundo e apenas me afastar o suficiente para sentir somente o cheiro da mata novamente. Eu não queria assustar o ruivinho, de qualquer forma, muito menos ser agressivo sem ele ter culpa no cartório. Ele reagiu ao meu recuo com uma mordida no lábio inferior, abraçando-se quietinho, entretanto, sem desviar o olhar.
O que ele queria?
— Pode me perdoar... de verdade? — Perguntou hesitante.
— Claro — revirei os olhos, voltando a me afastar dele. — Nos vemos depois.
— Espera! — Gritou novamente, segurando-me pelo ombro de repente.
Recuei como se seu toque tivesse queimado minha pele e o encarei furioso. Eu poderia quebrá-lo na porrada bem ali, alegando estar de saco cheio por sua persistência, mas seu olhar brilhante de susto me desarmou na hora. Lembra, também, que falei sobre os três pilares que regem minha mente vinte e quatro horas por dia? Então, bem no meio deles, existe um quarto que, vez ou outra, me torra a paciência: a tara por baixinhos. É algo mais forte que eu, maior, intenso, e aquele ruivinho era o estilo perfeito para pegar nos braços e manejar da maneira perfeita. Não pude me impedir de me imaginar o pegando, nu, e o jogando contra a parede para meter nele com força, duro.
Claro que eu não teria essa maestria numa primeira foda, mas nada me impedia de imaginar tal profissionalismo em uma possível pentada. Oras, ninguém é de ferro, muito menos eu.
Aquele pensamento, infelizmente, havia ativado algo muito mais forte que meu pau naquele momento; meu medo havia acordado de sua caverna silenciosa, alertando-me de que eu nunca seria capaz de chegar perto de alguém sem me desfazer numa poça de suor, muito menos para controlar essa pessoa do jeito que pensava no sexo. Então, recuei mais dois passos e engoli em seco, coçando a nuca desconfortavelmente diante dele.
Notei sua sobrancelha esquerda arqueando, assim como um pequeno brilho atravessando seus olhos, mas ignorei-os.
— O que foi? — Perguntou com o cenho franzido.
— Nada! — Respondi-o rapidamente.
Seus olhos desceram e encararam um ponto de meu corpo que fez suas bochechas ficarem vermelhas. Segui o mesmo caminho e engasguei ao ver minha ereção marcada em minha calça, o monte grosso que eu estava acostumado a encarar todas as manhãs no ápice de meus sonhos eróticos. Suspirei, puto por estar de pau duro na sua frente, coçando o pescoço com um risinho falsamente (e vergonhosamente) desentendido. Mais uma coisa para acentuar meu desconforto.
— Que barracão! — Ele disse de repente, mas engasgou com um suspiro de vergonha súbita e começou a gaguejar. — Quero dizer... hm... minha barraca ficou muito legal, obrigado! A sua também... Pera, o que? Quero dizer, quando você a montou hoje pela tarde e...
— Tudo bem — interrompi-o, pois ele já estava ficando vermelho de tanto falar e, sinceramente, eu devia estar tão vermelho quanto. — Só... — fechei os olhos e respirei com força, tentando domar minha ereção e paciência. — Só... esqueça que isso aconteceu.
— Mas...
— Boa noite, estranho — disse, antes de me afastar por definitivo em direção à minha barraca.
Foi baixo, mas escutei quando gritou:
— Meu nome é Oliver!
— Tanto faz... — murmurei enfiando as mãos nos bolsos de minha calça, duplamente irritado. — Não é como se fosse fazer diferença na minha vida.
Mas fez, diário, fez uma puta diferença. Quando cheguei na minha barraca e liguei minha lanterna já deitado em meu colchão de ar, até pensei em bater uma bela punheta para manter a calma, mas a lembrança da vergonha que eu havia passado me atingiu como um raio de constrangimento, afugentando minha ereção como um cachorro se esconde do barulho de fogos de artifício, pois me lembrei justamente daqueles olhinhos pequenos do ruivinho encarando meu pau coberto quase gritando por liberdade. Se ele tiver pensado que o motivo foi ele, então ele estava malditamente certo.
Minha vontade foi de juntar minhas coisas e fugir de volta para casa, mas, antes que o pensamento se concretizasse, escutei um assovio baixinho do lado de fora e puxei o zíper da lona para cima, revelando o maldito ruivo iluminado apenas pela luz das estrelas. Ele estava ajoelhado, de uma maneira que acabou ficando cara a cara comigo.
— Também não consegue dormir? — Perguntou.
— Como assim? Ainda é cedo — respondi encarando-o como se ele fosse um alienígena.
— Já são duas da manhã, só nós dois estamos acordados — respondeu como se fosse óbvio, se afastando para sentar ao lado da pedra em que eu havia deixado meu capacete. — Quer conversar?
— Não — disse sem ao menos pensar, começando a descer o zíper da barraca novamente.
— Espera! — Pediu baixinho. — Eu realmente não consigo dormir e Jin já está no sétimo sono. Só quero conversar um pouco...
— Isso é realmente uma pena — retruquei. — Mas...
— Só por uns minutos...
— Boa noite — concluí, fechando a barraca de vez e voltado a me deitar com um suspiro irritado.
Observei sua silhueta levantando cabisbaixa, batendo a poeira da bunda antes de começar a se afastar. Me senti mal no mesmo momento e, contrariando toda a minha vontade primitiva de ser um babaca, abandonei meu colchão e o alcancei próximo a área onde a multidão de barracas estava, chamando-o para voltar para a margem do lago onde poderíamos conversar sem ter a possibilidade de acordar ninguém. Para meu azar (ou sorte, ainda estou decidindo), ele aceitou.
[...vou cortar o papo furado e ir para a minha parte favorita]
Então, diário, como eu estava dizendo, eu tive a infeliz ideia de chamá-lo para conversar perto da minha barraca, mas acontece que a conversa do ruivinho acabou sendo mais interessante do que imaginei. Ele sabia conversar sobre tudo, desde os romances fajutos que a Arqueiro insiste em publicar, até o porquê de os peixes não terem um pênis. Eu estava errado em julgá-lo como um chato, pois estava me divertindo até que para cacete. Bom, é como dizem: “não julgue um livro pela alça”... ou algo do tipo.
— Não acredito que você cortou o cabelo do seu irmãozinho e colocou a culpa na sua irmã — eu disse em meio às gargalhadas, com a mão no abdômen dolorido de tanto rir.
— É verdade — ele deu de ombros, enxugando uma lágrima de riso do canto do olho. — Ela levou uma bela pisa, mas depois meu pai descobriu e eu também apanhei. Faz muito tempo.
— Vocês ainda têm essa birra? — Indaguei genuinamente interessado.
— Bom, ela continua sendo uma vaca, então... sim.
— Minha nossa! — Gargalhei. — Felizmente, sou filho único.
— E não é solitário, Ethan? — Perguntou pondo mais um marshmallow na boca.
Observei o crepitar da pequena fogueira que havíamos improvisado com galhos, suspirando ao concordar baixinho.
— Às vezes, mas, na maioria das vezes, nem ligo — respondi-o bebendo mais um gole de minha cerveja sem álcool (afinal, eu teria que dirigir no dia seguinte e tenho vergonha na cara).
— Te entendo. Tenho uma irmã, mas é como se eu nem tivesse — resmungou.
Ficamos em silêncio por um momento, um silêncio confortável, apenas olhando a correnteza leve do riacho enquanto comíamos besteiras. Ele coçou o braço após levar uma ferrada de um inseto endiabrado e mostrou o começo do que pareceu ser uma pequena tatuagem no início de seu ombro. Fiquei imediatamente curioso.
— Você tem uma tatuagem? — Perguntei.
Ele pareceu confuso de primeira, mas, parecendo se tocar de minha pergunta, sorriu e concordou.
— Sim — disse levantando a manga da blusa por completo, revelando o desenho da silhueta da pata de um gatinho. Era pequena, mas, ainda sim, perceptível.
— Eu também tenho uma — puxei conversa, largando minha cerveja para endireitar a coluna e puxar a bainha da blusa para cima.
Eu tinha uma tatuagem que cobria praticamente todo o meu peito e uma parte de meu ombro esquerdo, uma tribal que havia feito em minha fase punk escondido de meus pais. Eles ficaram uma fera quando descobriram, mas já faz muito tempo.
— Fiz ela quando andava um pouco revoltado com a vida e queria chamar a atenção de meus pais — disse voltando a cobrir meu torso.
— Uou... — ele sussurrou, mais para si mesmo do que para alguém em específico. — É bem... grande.
— Realmente — ri. — Também tenho outra na coxa. Uma mandala com um olho de gato como centro.
Seus olhos se expandiram, denunciando sua curiosidade. Ele encarou minha perna coberta pelo jeans da calça e depois voltou a me olhar com os olhos brilhantes.
— Posso ver? — Pediu.
Dei de ombros, me levantando, então, sem hesitação, desfiz-me do botão e da braguilha da calça, puxando o tecido para baixo até me livrar completamente dele. Ainda bem que estava de boxer, pois, geralmente andava por aí sem cueca alguma. A tatuagem ainda tomava um pouco da minha virilha, então tive que levantar um pouco da cueca na coxa direita para mostrá-la por inteiro.
— Que pacote enorme... — comentou por fim, então engasgou ao perceber o que havia falado. — Eu quis dizer “tatuagem”, isso, que tatuagem enorme! — Redimiu-se com um rosnado furioso para si mesmo. — Perdão, eu sempre me atrapalho quando vejo...
— Homens seminus? — Completei como uma sugestão, com um sorriso de canto nos lábios.
— Tatuagens! — Esbravejou. — Eu quis dizer tatuagens — tossiu.
Tudo bem, eu tinha duas opções a partir daquele momento: podia catar minha calça e vesti-la para voltarmos a nossa conversa sobre família e responsabilidades, ou poderia ir além e ver se ele ficava ainda mais vermelhinho do que estava. O ruivinho era uma combinação interessante de timidez, nervosismo e cinismo, pois me olhava na cara dura e depois mentia que não. Claro que eu estava sentindo o desconforto do medo por estar cercado por uma tensão, definitivamente, sexual entre nós, mas... também estava curioso.
Aliás, não era como se fossemos transar naquela noite.
Bom, diário maldito, já quero adiantar que eu estava errado para caralho, pois foi nessa noite que quase destruí minha barraca metendo nesse ruivinho desgraçado, mas isso é papo para mais adiante.
Prosseguindo, me espreguicei e voltei a me sentar, dessa vez com as pernas bem abertas, quase convidativas, para que ele pudesse ver. E ele viu, com toda a certeza, entretanto, pareceu engolir as palavras junto da saliva num barulho seco de nervosismo.
— Você gosta muito de, hm... ficar seminu, não é mesmo? — Indagou num fio de voz, largando seu palito de assar marshmallows de lado para me encarar.
— Hm — voltei a dar de ombros. — A nudez não é algo que me assusta. Sem falar que hoje está quente pra caralho.
— É, você é quente... — interrompeu-se com os olhos arregalados. — Hoje está realmente quente — concordou, encarando as chamas da fogueira.
— Você é gay — eu disse de uma vez, voltado a agarrar minha cerveja.
— E você nem pergunta? Já vai afirmando... — ele riu.
— Não preciso perguntar sobre algo que já tenho a resposta — argumentei, dando um bom gole.
— Me parece cabível — ele deu de ombros. — E você? É gay?
Lembrei quase imediatamente do momento em que fiquei duro só de pensar em meter nele após montar sua barraca. A resposta estava quase implícita, mas decidi que não sabia o que falar.
— Eu não sei o que sou — respondi. — Só sei que gosto.
— De homens? — Perguntou hesitante, brincando com os dedos das mãos.
— Hmhum — murmurei, terminando minha cerveja com um único gole. — Homens, mulheres... gosto dos dois.
— Hm... — murmurou ele, pondo as mãos sobre as coxas.
A forma como estava posicionado, de joelhos com as mãos nas coxas, estava me excitando para caramba, algo que era impossível de se evitar, pois seu short era quase imperceptível escondido pelo tecido grande de sua blusa rosa dando-me uma visão privilegiada de suas coxas com alguns pelinhos ruivos. Não soube porquê, mas até a maneira como suspirou e jogou os fios de cabelo para trás exasperadamente despertou uma fisgada em meu pau desperto.
E eu já estava começando a me arrepender por estar apenas de cueca.
— O que te atrai em um homem? — Perguntou.
Estralei o pescoço, suspirando em alívio. Ficar sentado sem apoio algum por mais de meia hora acabava com as costas de qualquer ser humano.
— Você é um garoto curioso, não é mesmo? — Indaguei com um risinho descontraído.
— Eu já tenho dezoito anos, só para você saber! — Arrebitou o nariz, cruzando os braços numa arrogância que não o fazia jus. Era sexy, todavia.
— Tenho vinte e quatro — murmurei. — Eu não sei bem o que gosto em homens, mas têm algumas coisas que me excitam neles.
— Tipo o quê? — Instigou, levantando-se para ficar bem na minha frente. — Há algo em mim que o atrai?
— O que está fazendo? — Indaguei engolindo em seco, pensando em me levantar para me afastar.
— Só me diga.
Comprimi os lábios, soprando uma respiração acelerada antes de concordar.
— Eu gosto das roupas que você está usando, combinam com você.
Ele revirou os olhos, rindo, então me surpreendeu ao se despir da blusa e do short, ficando praticamente desnudo, vestido apenas numa em uma cuequinha vermelha, depois catou as roupas e as jogou aos meus pés, encarando-me com as sobrancelhas arqueadas em desafio.
— E agora?
— Porra? — Perguntei sem saber o que dizer, cravando as unhas no capim molhado pela alvorada. — O que quer que eu diga? Você é lindo.
— Me analise — pediu. — E diga o que gosta.
— Eu...
— Sh... — Pressionou o indicador contra meus lábios, piscando maroto antes de voltar a se afastar. — Pode falar, eu quero saber.
Ainda sentindo o calor de seu toque em meus lábios, finalmente me permiti olhá-lo com toda a vontade que consumia meu corpo, desde seus ombros parcialmente definidos, a barriga de quem gostava de beber uma boa cerveja nos finais de semana, as coxas fartas, até os pés pequenos e bem cuidados. Rindo, e parecendo se divertir, ele se virou e ficou de costas, me dando a visão perfeita de sua bunda redondinha e arrebitada mal coberta pela cueca minúscula. Talvez sabendo que meus olhos estariam colados nela, balançou-a e rebolou antes de se virar com as bochechas vermelhas e os olhos brilhantes.
— E então...?
— Você é lindo pra caralho... — respondi-o clareando a garganta em seguida. — Eu não sei se consigo dizer alguma coisa em específico, porque tudo me excita.
Ele se ajoelhou entre minhas pernas e agarrou a bainha de minha camisa, levantou-a e me despiu o torso, começando a traçar as linhas de minha tatuagem concentradamente antes de me encarar safado e perguntar:
— Sério?
Com uma voz manhosa, algo que ainda não havia escutado, mas que havia deixado meu pau mais duro que pedra.
— Sério — respondi-o sem hesitar. — P-Pare de me tocar... por favor...
Franzindo o cenho, ele se afastou e pôs as mãos sobre as coxas.
— Por que? Não está gostando? — Perguntou.
— Estou, eu só... — encarei o riacho. — Tenho uma espécie de medo de muita proximidade, não me acho qualificado para conduzir uma situação como essas.
Escutei um barulho e fitei-o, vendo um pequeno sorriso brotar em seus lábios. Ele deu de ombros e moveu a mão para segurar meu queixo, voltando a se aproximar até ficar cara a cara comigo para lamber meu lábio inferior e falar:
— Então me permita conduzi-lo... — ofereceu, descendo a outra mão por meu abdômen até adentrá-la em minha boxer bem lentamente.
Abri a boca, soltando uma lufada de respiração quente contra seu rosto ao sentir suas mãozinhas (as primeiras mãos de alguém que não fosse eu) me tocando daquela forma tão íntima. Ele mordeu meu lábio e gemeu, afastando-se apenas em busca de uma resposta, mas eu não o respondi... não com palavras; o beijei, com força, batendo nossos dentes de uma maneira desengonçada (era o meu primeiro beijo, porra, me dá um crédito!). Ele riu e correspondeu ao beijo pedindo para eu ir mais devagar e me acalmar. Quando o fiz, senti que o ritmo e o encaixe de nossas bocas tomou um caminho completamente diferente e, definitivamente, mais delicioso.
— Alguém já te chupou? — Perguntou baixinho.
Neguei com um balançar hesitante de cabeça e ele sorriu, dando-me um último selinho antes de se afastar e começar a beijar meu pescoço. Tombei a cabeça para trás e me permiti olhar para o céu estrelado enquanto meu corpo rodopiava em um mar de sensações promovidas por sua língua, dentes e lábios macios. Ele mordeu meu mamilo esquerdo e um gemido arrastado escapou de minha garganta, então beijou toda a região tatuada de meu peito, depois desceu com uma trilha de lambidas por meu abdômen até capturar minha ereção coberta pela cueca entre os dentes, encarando-me por baixo de seus cílios ruivinhos.
De boca aberta, observei quando ele beijou toda a extensão de minha ereção e depois baixou a cueca lentamente, distribuindo beijinhos por minha pélvis e virilha até ter minha cueca nas mãos, então me deu um último sorriso antes de lamber meu pau por inteiro, da base até a cabeça, pondo-a na boca como a porra de um pirulito. A sensação me assustou de tão boa, mas depois meu corpo inteiro relaxou.
— Você tem um piercing aqui? — Indagou segurando meu membro pela base. — Como pode ter feito tudo isso no corpo e ainda ser virgem? — Indagou, genuinamente curioso.
Dando de ombros, respondi:
— Eu gosto dessas coisas.
Ele chupou o metal do piercing de minha glande e depois sugou toda a cabeça, fazendo-me quase cair para trás com a sensação extasiante. Gostou do adereço, pois brincou com ele com a ponta da língua e entre os dentes; disso eu também gostei, mas não pude explicar o que senti quando ele me engoliu até as bolas, estocando-me em sua garganta repetidas e repetidas vezes. Senti vontade de explodir, ou de gritar, ou de pegar seus cabelos e estocar contra ele – e foi o que fiz e talvez ele tenha gostado da minha reação, pois gemeu ao ter os cabelos puxados e engasgou sorrindo com meu pau na boca.
— Puta merda... — xinguei quando ele sugou minhas bolas, chupando-as antes de lamber meu pau inteiro e o engolir até o final novamente.
Rindo, ele o comeu uma última vez, agarrando meu piercing antes de se afastar, levantar e, lentamente, retirar sua cueca, revelando seu pau duro para mim. Então, caindo de joelhos e de costas para mim, pôs-se de quatro e me olhou por detrás do ombro.
— Me chupa, Ethan, agora — ordenou.
— Eu não... — hesitei, todavia não deixando de segurar sua bunda gostosa com ambas as mãos. Apesar do medo, eu estava quase hipnotizado. —... eu não sei o que fazer...
Ele riu baixinho e concordou, piscando seus olhinhos de uma maneira quase ingênua para mim, depois falou:
— Use sua boca, não tenha medo — explicou. — E não esqueça da língua.
Concordando também, acatei suas instruções e separei suas nádegas para fazer exatamente como ele havia explicado, observando com o tesão renovado quando ele fechou os olhos ao contato de minha língua e estremeceu, mordendo o polegar para prender o rastro de um gemido manhosinho. Com a mão livre, ele afastou o cabelo do rosto e soprou um risinho que instigou todos os nervos de meu corpo, pois o modo como sua aparência tímida contrastava com sua personalidade pervertida estava sendo demais para lidar. Achei incrível como seus olhinhos brilhantes e as bochechas vermelhas foram capazes de esconder sua libido vertiginosa e seu ar dominador.
Aquilo era sexy pra caralho.
Acertei um tapa forte em sua nádega direita e observei como seu corpo reagiu com um arquejo e um gritinho fino, seguidos por uma mordida de lábio demonstrando sua visível apreciação. Embalado por seus gestos e pelo tesão, suspendi suas pernas e posicionei cada uma em cima de meus ombros para ter sua entrada mais perto de minha boca, continuando meu trabalho de proporcioná-lo prazer da melhor forma que eu podia, apesar de minha inexperiência. Gemi quando ele voltou a pôr meu pau na boca, incansável, nunca deixando de brincar com o piercing na ponta como se fosse um gatinho com um novelo de lã.
Mesmo comigo estando sentado e ele quase de cabeça para baixo, parecia que nossos corpos estavam encaixados de uma maneira confortável e deliciosa. Eu estava fascinado.
Oliver havia me pedido para lambuzar sua entrada o máximo que eu pudesse e foi o que fiz por bastante tempo, até que ele desceu de meus ombros e subiu em meu colo, agarrando meus cabelos para me lascar um beijo que retumbou por minhas entranhas de uma maneira fantasmagoricamente prazerosa. Perguntou se eu tinha uma camisinha e eu neguei com uma expressão de pesar, sentindo-me ainda mais culpado ao vê-lo murchar como uma pequena flor.
— Vamos ter que ir na minha barraca — disse, levantando de meu colo, catando suas roupas e vestindo-as com toda a pressa do mundo.
— Assim? — Apontei para minha nudez e meu pau durasso com uma sobrancelha arqueada.
Ele riu e me jogou meus jeans, porém manteve meu cinto nas mãos até eu me vestir de uma maneira que meu pau não me incomodasse tanto. Quando levantei, o safado ficou na ponta dos pés e passou o cinto por detrás de minha nuca, atravessando a ponta de couro pela fivela ao redor de meu pescoço como se fosse uma espécie de coleira improvisada, depois acochou-o de repente, me fazendo pular em surpresa. Surpreendentemente, meu sangue esquentou em excitação.
— Vamos — ordenou.
E, como um cachorrinho, sem blusa e com uma ereção gritante, eu o segui.
Quando chegamos, ele se esgueirou pela barraca sorrateiro o suficiente para não acordar seu parceiro de acampamento, Jin, e apareceu com um pequeno pacote cinzento entre os dedos e um sorriso faceiro. Não falou nada, apenas catou a guia improvisada do cinto e nos guiou em silêncio por um caminho entre as árvores longe o bastante para que ninguém nos visse (ou ouvisse), entretanto, não distante o suficiente para que, por acaso, chegássemos a nos perder. Chegamos perto de uma clareira cercada por rochas e musgo, com grama alta e fofa de pisar, um lugar pouco iluminado pelas estrelas, mas com luz suficiente para que pudéssemos nos enxergar.
Ele largou a guia e caiu de joelhos diante de mim, desabotoando minha calça e riu quando meu pau pulou mais duro do que nunca em liberdade, lambendo a cabeça enxarcada de pré-gozo antes de desenrolar a camisinha por toda a minha extensão, depois desfez-se de suas roupas com uma expressão sugestivamente desafiadora.
Eu queria que ele acreditasse em meu potencial como um bom futuro comedor, mas nunca iria conseguir sendo tão molenga e desprovido de reação daquela maneira, então decidi tomar minha primeira decisão sensata da noite e ela envolveu mostrar indícios de uma pegada (tipo aquelas que os caras têm nas baladas ou nos filmes adultos da vida). Peguei-o no colo e ordenei que pusesse as pernas ao redor de meu quadril. Eu podia não ter experiência nenhuma, mas tinha força para segurá-lo como eu bem entendesse e, assim que ele o fez, pressionei-o contra o tronco de uma árvore e me deliciei com sua expressão de prazer.
Ele foi sorrateiro ao capturar meu pau e esfregá-lo contra sua entrada, causando-me tremores de antecipação, mas, de certa forma me avisou antes de penetrar a si mesmo e soltar um muxoxo contra meus lábios. Eu, por outro lado, senti minhas pernas fraquejarem com a sensação nova do confinamento de suas paredes quentes e convidativas apertando ao meu redor, me acolhendo até as bolas. Incapaz de fazer nada por certo tempo, afundei meu rosto contra seu pescoço e gemi arrastadamente seu nome.
— Mova o quadril — ordenou mordendo meu queixo. — Leve seu tempo.
— Puta merda... — suspirei, começando a investir contra ele lentamente.
Não vou mentir e dizer que virei um guru do sexo de um minuto para outro, entretanto, conheço meu corpo de uma maneira que sei atribuir padrões e ritmos após certos momentos de observação, ou seja, acredito que soube comê-lo contra aquela árvore de uma maneira bastante... aceitável, entende, Diário? Tudo bem que depois eu o joguei contra a grama fofa e, entre suas pernas, dominado por meus instintos de virgem comendo um cu pela primeira vez, passei a meter nele de uma maneira desengonçada e quase desesperada de forma que, por momentos, pensei que estava fazendo tudo errado, contudo, a maneira como ele gemeu meu nome e arranhou minhas costas em meio aos beijos avassaladores deu-me a mínima, mínima mesmo, certeza de que eu estava fazendo algo, de fato, correto. O calor que senti em meu ventre foi diferente de qualquer sensação que uma mísera punheta jamais havia sido capaz de provocar; foi quente, provocador e suado, culminando em jatos de porra numa ejaculação miseravelmente precoce.
Caí sobre ele, mantendo-me apoiado nos cotovelos para não o esmagar e tentei dominar minha vergonha crescente, apesar do calor da ejaculação ainda desnorteando meus sentidos.
— Sinto muito... — pedi sem jeito.
— Não sinta, isso é normal — avisou com um sorriso, catando meu rosto para me beijar lentamente, deslizando sua língua sobre a minha acolhedoramente.
— Eu quero fazer de novo — sussurrei hesitante, porém me afastando para encará-lo fundo nos olhos.
— Aqui? — Perguntou olhando ao redor.
— Não — respondi-o, retirando-me de dentro dele para levantar com ele em meu colo.
Coloquei-o em pé no chão e encarei seu pau duro babando, mordendo o lábio ao voltar a sentir minha ereção retornando como um foguete.
— Vamos para a minha barraca, quero dar um jeito nessa situação — afirmei pegando seu pênis com um sorrisinho traquino. — Você tem outra camisinha?
Ele concordou e vestiu minha blusa, que o cobriu até os joelhos, me esperou vestir o jeans e pegou minha mão, nos levando para a área das barracas. Dessa vez, saiu de sua barraca com sua mochila nas costas.
— Deixa que eu levo — estendi a mão, tentando pegá-la.
Ele negou.
— Me leve nas costas, então — disse com um sorriso encantador. — Pode ser?
Senti meu rosto esquentar e concordei agachando-me o suficiente para que ele pulasse em meu quadril e envolvesse meu pescoço com os braços. Ele estava vestido apenas com minha blusa e sua cueca vermelha interessante, então suas pernas desnudas roçaram contra minhas costas e abdômen, provocando meus instintos não-mais-tão-virgens. Instintos libidinosos, todavia. E assim fomos em direção à minha barraca, rindo e conversando sobre motos e corridas de motos.
No meio do caminho, pediu para que eu parasse e o suspendesse mais alto para que pudesse alcançar uma goiaba solitária no galho alto de uma goiabeira. Quando a capturou, mordeu-a sem hesitação e depois me ofereceu um pedaço que não tardei a aceitar, lambendo seus dedos no final enquanto nos encarávamos com os rostos bem próximos.
— Você não me parece tão temeroso agora... — murmurou após um breve selinho. — Isso é bom — sorriu.
— Não me sinto mais dependente do medo, acho que você o sugou de mim — afirmei com um sorrisinho, porém, ainda um pouco hesitante antes de beijá-lo mais uma vez. — Vamos logo para a minha barraca.
— Espera... — pediu deslizando o polegar esquerdo por meu queixo, parecendo nervoso de repente. — Eu vou, mas antes... me prometa que não será apenas essa noite...
— Oh... — murmurei, constatando, pela primeira vez, que mais tarde todos nós voltaríamos para a cidade e viveríamos nossas vidas tendo aquela noite como apenas uma doce lembrança.
Olha, Diário, eu estava, novamente, diante de duas grandes possibilidades: poderia negar tudo e levá-lo de volta para sua barraca para fingir sua inexistência depois, ou poderia ceder àquela vontade de pô-lo na garupa de minha moto e levá-lo para minha casa, onde, após fodas e mais fodas, poderíamos virar a noite jogando videogame conversando sobre besteiras, tipo os desenhos da Disney ou a nova temporada de Ladybug (uma série essencial para o currículo de qualquer ser humano). Eu poderia, também, passar horas pensando sobre isso, mas, ao invés disso, decidi ceder às minhas vontades e concordei com um sorriso caloroso.
— Se quiser, posso levá-lo para sua casa mais tarde — ofereci como resposta.
— Sério? — Seus olhos se acenderam num brilho contagiante.
— Sério — balancei a cabeça positivamente.
Ele concordou animado e me beijou antes de prosseguir-mos até minha barraca, colocando-o em pé em cima da grande pedra próxima ao fogo que já crepitava fraquinho. Ele largou a bolsa ao lado do meu capacete e removeu minha blusa do corpo, encarando-me com uma expressão ansiosa e curiosa. Sem deixar de encará-lo, desfiz-me de meu jeans e o chutei para longe, aproximando-me para remover sua cueca e pegá-lo no colo. Sentei contra a pedra e, ainda sentado sobre minhas coxas, ele se inclinou para deslizar mais uma camisinha em meu pau mais duro que a pedra que nos sustentava, em seguida montou sobre ele e desceu até o fim, gemendo por todo o cumprimento. O acompanhei, tremendo.
Porra, aquilo era bom demais!
Beijando-me, pôs os braços por cima de meu ombro em um quase abraço e começou a mover o quadril para frente e para trás, subindo e descendo como se estivesse cavalgando em um brinquedo delicioso, gemendo contra meus lábios de uma maneira que estava me levando à loucura. Agarrei sua bunda e o ajudei com os movimentos, ouvindo o barulho sensual de nossas peles roçando uma na outra vertiginosamente.
— Bata na minha bunda, Ethan — ordenou num suspiro.
Acatei sua ordem com um tapa barulhento que o fez gritar por entre nosso beijo avassalador. Decidi dar mais um e outro, e outro, e outro, até sentir sua pele quente contra a palma de minhas mãos, então passei a massageá-la e distribuir pequenos tapinhas vez ou outra suaves, só para instigá-lo e deixa-lo ainda mais fraco e entregue em meus braços.
De alguma maneira, eu queria fazê-lo sentir tudo o que eu estava sentindo, mesmo que da maneira sem jeito de alguém que estava aprendendo a transar pela segunda vez. Agarrei a parte de trás de suas coxas e o suspendi para meter duro e rápido contra sua entrada, enterrando-me até o final apenas para me afastar e repetir tudo mais uma vez, e novamente, e repetidas vezes, até vê-lo agarrar seu pênis e gritar enquanto o repuxava em jatos potentes de gozo por todo o meu abdômen e peito, cobrindo partes de minha tatuagem. Não parei de meter, todavia, e seu corpo entrou em uma onda de tremores até que ele caiu com o rosto contra meu pescoço e riu passando a chupar minha pele até que eu me desfizesse em uma onda de gozo avassaladora.
Recuperando-me de minha tontura pós-gozo, catei uma gota de seu prazer em meu peito e levei-a à boca enquanto o encarava, notando um sorriso safado no canto de seus lábios banhado por uma expressão de puro prazer.
— O que achou? — Perguntou.
— É doce — respondi terminando de lamber o lábio. — E um pouco ácido...
Ele riu e saiu de cima de mim, retirando a camisinha de meu pau, dando um nó na ponta e guardou-a dentro de sua bolsa, pondo as mãos na cintura. Pus os braços atrás da cabeça e me permiti observá-lo em silêncio numa troca de olhares singela que fez meu peito aquecer numa vontade inquietante de trazê-lo de volta para meus braços.
— Vem aqui — pedi mansinho.
Ele se aproximou e deitou parcialmente por cima de mim, se inclinando para nos beijarmos calmamente, apenas saboreando o gosto da boca um do outro numa troca de carinho apaziguadora. Oras! Tudo aquilo fazia meu medo parecer algo tão pequeno, mas tão pequeno, que sua mera lembrança me trazia apenas cócegas de tranquilidade. De alguma forma, o ruivinho havia me libertado de algo que nem sabia necessitar tanto de liberdade.
Transamos novamente dentro da minha barraca, algo mais violento, pois havíamos decidido que seriam legal que eu o comesse de quatro com os hormônios à flor-da-pele, algo que havia rendido socadas violentas, às vezes destrambelhadas, às vezes certeiras, que o fizeram gritar de uma maneira que me fez ver estrelas. Não sabia, também, que eu seria capaz de rosnar como a porra de um cachorro alguma vez na vida, mas o fiz mais uma vez enquanto o torava como já estava, quase, me acostumando a fazer. Também já havia aprendido alguns padrões e reações de seu corpo, assim como seus pontos de prazer: as orelhas, a nuca e os mamilos.
Quando acabamos, percebi que uma das estruturas da barraca havia sido quebrada pela... hm... violência de nossos movimentos eufóricos, assim como a lona que nos protegia da grama estava rasgada em diversos lugares.
— O bom é que seu colchão de ar não estourou — Oliver riu assim que terminei de desmontar a porra da barraca.
— Pelo menos isso — ri.
— Podemos ficar olhando as estrelas deitados nele — ofereceu dando de ombros, sentando-se na beirada do colchão.
— Me parece uma boa opção — concordei, deitando-me e puxando-o para cair ao meu lado.
— Posso te fazer uma pergunta? — Sua voz saiu baixinha, quase hesitante.
Murmurei em concordância e ele apoiou o queixo contra meu peito, olhando-me antes de perguntar:
— Você tem essa aparência toda intimidante e séria, mas é completamente o oposto... como?
Ri de sua descrença, fazendo um biquinho antes de dar de ombros.
— Você me acha sério e intimidante?
— Achava — respondeu rápido. — Ainda acho, mas em tanto. Você tem quase dois metros, é musculoso pra caramba, tem uma moto, é tatuado e tem até um piercing no pau..., esses são os ingredientes perfeitos para um bad boy.
Gargalhei de sua lista de argumentos, fazendo um carinho em sua cabeça.
— Não sei nem o que dizer. Eu gosto de tatuagens e adoro minha moto, isso não me faz um bad boy — murmurei. — E você não está em posição nenhuma de apontar coisas aqui. Você me enganou direitinho...
— Enganei? — Ele soou mais confuso que meu pai quando apareceu com um peru assado dois dias antes do Natal, pois havia confundido as datas.
— Com essa sua aparência de garoto santinho... — expliquei beijando sua testa, descendo os carinhos para seus ombros. — Eu achava que você era tímido.
— Não mais do que você — retrucou com um sorriso. — Bom, acho que nós dois nos julgamos precocemente.
— Definitivamente — afirmei, prolongando a conversa até o amanhecer.
Pela manhã, ele estava terminando de me ajudar a dobrar o colchão de ar quando seu amigo, Jin, apareceu mais confuso que tudo, perguntando o que ele estava fazendo. Oliver teve que se afastar para explicá-lo que iria voltar comigo e depois voltou saltitando, dizendo estar tudo bem.
Bom, Diário, acho que esse é o momento certo para explicar como que esse ruivinho sem vergonha me amarrou pelas bolas e virou minha vida de cabeça para baixo da maneira mais divertida e inovadora que jurei nunca acontecer: depois do acampamento, passamos a nos encontrar em bibliotecas, sorveterias, baladas (onde podemos ou não ter transado no banheiro de uma ou outra...), até na festa de aniversário de sua irmã eu acabei indo. Descobri que ele adora livros de terror e que sua série favorita é Desperate Housewives. E, quando percebi, já estava de quatro por ele e por tudo o que fazia, pois, de certa forma, nos encaixamos de uma maneira que esquenta nossos corpos de uma maneira anormal.
Com ele, aprendi a foder uma bunda de diversas maneiras, posições e lugares, duro, suave, rude ou fofo. Você pode imaginar o local mais inusitado e, provavelmente, já teremos passado por ele. Comigo, ele aprendeu a assistir desenhos animados por horas, com extrema atenção (tudo bem que vez ou outra apenas eu tentava assistir, pois ele gostava de descer para chupar meu pau justo nas cenas mais importantes). Ele é viciado em meu piercing, talvez o ame mais do que ama a mim no total! Falo isso porque já estamos juntos há quatro anos e agora eu planejo chamá-lo para morar comigo em meu apartamento.
É aqui que explico o meu nervosismo e minha vontade súbita para escrever em você, Diário, pois estou com um medo do caralho de que ele não aceite ou peça por mais tempo, sendo que eu, pelo menos, não conseguirei esperar nem mais um momento para dividir a cama com ele por mais cinquenta anos, se possível.
Acabei de ter uma ideia: diferentemente do futuro que pensei que você teria (nas garras de minha mãe), irei entregá-lo para o meu ruivinho, pois ele é um cartunista de mão cheia e espero que desenhe pra caralho em você. Acabei de ter mais uma ideia: irei utilizar você para pedi-lo para morar comigo, que tal?
Oliver, espero que leia essa porra até o final, pois isso me levou oito horas sentado numa cadeira por dois dias (acredito que minha bunda está até quadrada). Que tal você ir morar comigo? Tipo, eu sei que você passa 90% do seu tempo lá, mas, não sei... acho que quero mais e te quero todinho. Eu prometo cama arrumada e também vou tentar não deixar minhas toalhas molhadas em cima da cama. É algo até simples, não é mesmo? Eu andei pensando em fazer um bolo, você gosta dos meus bolos, e ama o meu pau (e a mim também) e..., não sei se consegui me organizar direito nesse pedido, mas só quero que saiba que te amo e espero a porra de um “sim” como resposta.
Pode me responder assim que ler isso? Pode ser por ligação, mensagem ou sinal de fumaça. Tanto faz! Só espero uma resposta o mais rápido possível, tudo bem?
Atenciosamente,
Seu Ethan.
P-U-T-A Q-U-E P-A-R-I-O
TO EM CHOQUE!!! EU AMEI!!! 😭😭💞💞💞💞💞
Eu definitivamente amei
EU AMEI..❤🥵 PARABÉNS JU.
Rapaz... Não sabia que um conto erótico podia ser tão bem escrito, adiei a leitura, na ilusão de que seria como os contos que eu lia no auge da minha adolescência. Mas estamos falando do meu autor favorito né?! Era de se esperar. Parabéns, Júnior, vc sempre arrasa!!