Meu melhor amigo não é seu, pt. 2
- autorwudsonjr
- 21 de jan. de 2024
- 21 min de leitura
Atualizado: 28 de ago. de 2024

Conto erótico - Duologia Amigos - Parte 2 (final)
Tags: Universitário - melhores amigos - ciúmes - passado de pegador - sexo no banheiro.
Larguei o copo de bebida sobre o balcão da cozinha, indo em direção à sala de estar onde os demais estavam. Aquela não era a primeira vez que eu bebia depois de mudar com Oliver para outra cidade, mas a sensação era esquisita e sempre a mesma. Era noite e estava rolando uma festa na fraternidade em que Oliver era integrante, a casa estava cheia de desconhecidos até no jardim.
Esbarrei em uma garota com duas mechas vermelhas no cabelo e pedi desculpas, mas ela não me notou. Um cara de olhos vidrados e despido da cintura para cima estava dançando sobre a mesa de centro e apontou para mim quando entrei na sala, gritando:
— E aí, amiguinho do Oliver!
Cerca de dez pares de olhos viraram em minha direção, isso me deixou um pouco nervoso e tímido até demais, mas eu acenei de volta para o cara mesmo assim. Ele continuou a dançar.
À distância, sentado com seus colegas em um grande sofá, com os braços apoiados no encosto numa postura despojada, a perna direita cruzada sobre a esquerda, estava Oliver, com o cabelo bagunçado por ter dançado com algumas pessoas, vestido numa jaqueta do time de futebol da faculdade, uma calça jeans rasgada e os tênis pretos que eu havia o dado em seu último aniversário. Ao me ver, ele estendeu a mão e me chamou acenando, com um sorriso bonito no rosto.
Andei até ele, evitando pisar nos copos e nas garrafas de bebida espalhadas pelo chão como se estivesse em um campo minado. Havia pessoas sentadas no chão também, mas elas me ajudaram a passar desviando quando pedi – com exceção de Teddy, um dos colegas de Oliver que não gostava de mim, nossa relação não era das melhores.
Quando cheguei perto, Oliver se afastou um pouco até haver espaço suficiente e cheirou meu cabelo quando sentei ao seu lado.
— Está se divertindo? — Perguntou.
Lembrando do copo de Vodka que havia bebido antes de estar ali, concordei e me acomodei um pouco mais contra seu corpo.
Fazia pouco tempo que havia me mudado para o mesmo quarto de Oliver na fraternidade. Era um quarto pequeno, mas estávamos esperando apenas a liberação da herança de meus pais para podermos nos mudar para um lugar maior e só nosso. Descobri que haviam vantagens em compartilhar de um lugar tão pequeno com Oliver: primeiro: eu podia vê-lo se trocar na minha frente sempre que não houvesse ninguém por perto; segundo: eu tinha uma cama no beliche (a de cima), mas sempre descia (quando todos os outros já estavam dormindo) para dormir nos braços dele. Tudo bem, era algo escondido e sigiloso, mas era bom. Preferimos manter nossa relação em segredo.
Havia uma grande desvantagem: não era sempre que podíamos fazer amor; quando podíamos, eu sempre tinha medo de sermos pegos. No começo foi bastante difícil de me acostumar, principalmente depois de ter ficado tão viciado no corpo de Oliver após nossa primeira vez, mas depois fui me acostumando à realidade. Não era sempre que podíamos fazer, no entanto, quando fazíamos, era sempre especial.
Tive que aprender a ser mais maduro com meus sentimentos. Antes, não sabia que teria que compartilhar Oliver porque todas as vezes que o via era quando ele viajava sozinho para visitar eu e nossa tia. Agora, podia vê-lo todos os dias... assim como seus amigos, que sempre entravam sem bater no dormitório e viviam com piadas internas que eu quase sempre não entendia (quando entendia, era porque Oliver já havia me explicado). Não era algo ruim ter seus amigos visitando sempre que podiam, até porque muitos eram bastante divertidos (como o cara que estava dançando sobre a mesa de centro e acenou para mim. Se não me engano, seu nome é Eliel) e simpáticos. Todavia, outros nem tanto. Acho que senti maior dificuldade no começo, todo o lance de vê-lo com outras pessoas além de mim, mas depois aprendi e percebi que era a maior besteira, até porque, no final do dia, dormíamos juntos e fazíamos amor.
Depois, precisei me acostumar à sua rotina. Ele saía sempre pela manhã e voltava ao anoitecer. Às terças, eu o visitava no campus e almoçávamos no restaurante de seu bloco. Às quartas, ele vinha para almoçarmos juntos na fraternidade. No começo, fiquei bastante sozinho, até porque ele era a única pessoa que conhecia naquele lugar e foi bastante triste me acostumar a isso; depois, quando descobri o caminho para uma biblioteca próxima à fraternidade, as coisas melhoraram demais. Até fiz uma amiga, seu nome era Lina e ela era ajudante da bibliotecária. Enquanto Oliver estava em aula, eu ia para lá, nem sempre para ler, mas sempre para conversar sobre rapazes e... Oliver (ela não sabia que o “cara que eu estava apaixonado” era Oliver, até porque ela também o conhecia – segundo ela, Oliver era um nome bastante conhecido no campus). À noite, ele chegava e me dava um longo abraço, dizia estar com saudades e, se não tivesse ninguém além de nós por perto, jogava a bolsa no chão e ia removendo a blusa primeiro enquanto nos guiava aos beijos até a cama para fazermos amor.
Minha nova realidade era estranha, confusa, acima de tudo, deliciosa.
Pensando sobre isso, olhei para o rosto de Oliver, que ria da piada de um colega de cabelo loiro, vestindo a mesma jaqueta que ele. Oliver estava ainda mais bonito, com a mandíbula definida, o cabelo mais longo ao ponto de passar cerca de quatro dedos do lóbulo da orelha, dessa vez com o rosto liso sem barba. Estava diferente, mais maduro, mas continuava com o mesmo brilho apaixonante no olhar. Naquele momento, enquanto o olhava, senti uma enorme vontade de beijar o canto de seu queixo porque ele estava sorrindo um sorriso animado e charmoso. Se não tivesse tanta gente e nosso relacionamento não fosse escondido, eu o faria.
Ele havia passado a mão disfarçadamente por detrás de minhas costas e era como se estivesse me abraçando de lado, o rosto focado nos colegas. Aquele era o nosso lance quando estávamos com muitas pessoas; nossos toques eram velados e simplórios, mas sabíamos que eram significativos. Minha mão estava sobre seu joelho, o polegar esfregando suavemente no tecido de sua calça. Vi quando ele o notou lá e senti seu abraço lateral ficando mais preciso, com seu sorriso suavizando, mas nunca desaparecendo.
Apesar de tudo, estávamos felizes.
Bom, eu estava um pouco bêbado, mas não diria isso para ele, porque ele faria cara feia quando eu fosse dizer que estava pensando em beber um segundo copo.
A conversa estava suave, um cara ao lado, seu nome era Darren, estava falando sobre as finais do campeonato, até que Eliel pulou na roda e começou a falar sobre os lances do time.
— Cara, fiquei sabendo que nosso goleiro, o Timothy, pegou a Sa debaixo da arquibancada.
— O cara é uma lenda — disse outro, dando um bom gole depois.
Oliver riu, seu corpo vibrou ao meu lado.
— Espero que o coordenador do nosso curso não fique sabendo ou então vamos precisar de outro goleiro.
E aí a conversa... mudou.
— Não venha com essa Oliver. Acho que o campus inteiro sabe da noite em que você comeu uma das líderes de torcida ao lado do gol e a coordenação não fez nada até hoje.
Arregalei os olhos, tão surpreso quanto podia estar. Senti o aperto de Oliver ficando mais apertado em minha cintura.
— Desnecessário, cara — disse Oliver com um tom grosso e decepcionado. — Faz tempo que isso aconteceu, não precisa ficar falando.
— Só falei para provar um ponto — Eliel deu um longo gole na bebida, ele estava bastante bêbado. — Quero dizer que nós — apontou para todos os rapazes vestindo a jaqueta do time — temos imunidade. O campus precisa de nós para receber investimento externo, pelo menos foi o que o Timothy me explicou quando eu disse que ele seria expulso do time por má-conduta.
Minha mão deslizou lentamente para longe do joelho de Oliver, ficando recolhida sobre meu colo.
— Cara... — outro jogador puxou conversa, seu nome, se não me falhava a memória, era Jimmy. — Agora você me fez lembrar do dia em que vi nosso professor de Educação e Sociedade batendo uma punheta pro Oliver na sala de aula.
— Porra! Eu lembro dessa! — Eliel explodiu numa gargalhada.
— Fui tentar entregar um trabalho atrasado para o senhor Forbes e saí traumatizado. Pau veiúdo da porra, Oliver!
Todos da roda riram. Quando percebi, estava rindo também, mais porque não queria entregar meu desconforto. Imaginar Oliver saindo com outras pessoas, mesmo que no passado, era bastante desconfortável. Ter essas coisas sendo jogadas na minha cara era pior ainda. Acho que meu riso chamou sua atenção, porque ele olhou para mim. Havia certo remorso e nervosismo em seu olhar, como se ele não quisesse que eu soubesse sobre aquela parte de sua vida.
— E quando a gente pegou ele comendo a Melanie e o Harry no vestiário? — Eliel jogou outra memória.
— Porra! — Outro cara guinchou, e logo concluí que ele também havia presenciado... aquilo. — Oliver, parça, não vou mentir: tu é foda!
Ao meu lado, Oliver deu um longo gole na garrafa que segurava com a mão direita. Quando terminou, torceu o lábio e forçou um riso, mas eu sabia que ele estava desconfortável também.
— Agora que estamos detonando o Oliver para o amiguinho de infância dele — disse Jimmy após um gole. — Posso revelar que já peguei ele com a boca na buceta da coordenadora do bloco de Artes?
— Acho que já chega, não é mesmo? — Oliver intercedeu, largando a garrafa ao lado com uma expressão fechada. Seu braço ainda estava me envolvendo por trás e os músculos estavam rígidos como se estivesse com bastante raiva. — Agora desataram a falar do meu passado, porra? E na frente do Samy?
— ‘Tamo só na brincadeira, parça — disse outro cara com um sorriso bêbado. — O que podemos fazer se você é uma lenda no campus?
Oliver bufou e levantou, agarrando minha mão.
— Fodam-se vocês — disse para eles, depois começou a nos guiar em direção às escadas que levavam ao segundo andar, onde ficava seu dormitório.
Enquanto andava, vi pessoas dançando em câmera lenta, tão letárgica que minha visão estava. Não pela bebida, disso eu sabia, mas pelo soco no peito que toda aquela conversa havia sido. Caramba! A imagem que tinha de Oliver em minha mente havia sido distorcida; agora, ele era o cara que tinha traçado professores, líderes de torcida e mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Antes... antes era só Oliver, meu melhor amigo. Enquanto caminhava e refletia, cheguei a pensar que era besteira começar a pensar assim sendo que se tratava de seu passado; deveria estar pensando em seu presente, que era eu..., mas era difícil. Muito difícil.
Acabei parando na metade do caminho. Paramos no corredor, em frente à porta de seu colega de quarto, que o nome agora me fugia a cabeça. Ele olhou para trás pela primeira vez, olhou para mim, e coçou a nuca com a mão livre com um ar de desconcerto.
— Sinto muito por ter ficado sabendo disso, hm... dessa maneira — disse para mim.
— Eu... — olhei para o número 3 na porta, meio incerto do que dizer. —... só estou surpreso.
Oliver riu um pouco, estava tentando suavizar o ambiente.
— Não queria que soubesse... dessa... parte da minha vida. É passado.
— E que passado — concordei erguendo as sobrancelhas.
Ele coçou a nuca novamente, as bochechas estavam vermelhas. À distância, olhei para a porta de nosso quarto.
— Você já levou alguém para nosso quarto, hm... antes de eu vir para cá? — Perguntei.
Ele olhou para a porta e depois olhou para mim.
— Antes de minha última viagem para a casa da tia, sim — concordou. — Eu não sabia que... nossa relação iria mudar.
— Tudo bem — disse rapidamente, engolindo em seco com um gosto estranho. — Não tem problema — respirei fundo. — O passado é passado, não é mesmo?
Ele respirou fundo, parecendo aliviado por ouvir o que lhe disse.
— Sim, o passado é passado — repetiu.
Olhei para trás, para a escada que levava de volta para onde a festa estava acontecendo.
— Vamos voltar — disse para ele. — Quero beber mais um copo de Vodka.
Como eu suspeitava, ele fez cara feia.
— Você não está acostumado a beber tanto assim.
Aproximei-me dele e beijei seus lábios castamente. Estávamos sozinhos no corredor.
— Vai ser divertido — sorri.
Sorri bastante, por mais que a imagem de Oliver sentado sobre uma mesa enquanto seu professor batia uma para ele não deixasse minha mente.
Depois disso, a festa se desenrolou de uma maneira bastante engraçada, principalmente depois que bebi meu segundo copo de Vodka e apalpei Oliver em público pela primeira vez (por mais que ninguém tenha visto). Ele ficou vermelho como uma pimenta e eu adorei. De alguma forma, acabamos reunidos no jardim da fraternidade. Eu estava sentado sobre o capô do carro de Oliver e ele estava do outro lado da roda de amigos, de braços cruzados e uma garrafa de Smirnoff na mão. Estava bonito, o vento balançava alguns fios de seu cabelo e revelava sua testa. Ele ficava ainda mais bonito quando sua testa aparecia.
Ao meu lado, Eliel contava uma história escabrosa sobre a noite em que teve que pular da janela do quarto de sua ex-namorada, que ficava no segundo andar da casa de um policial militar. Disse que aquela foi a noite mais louca de sua vida. Ele já estava mais do que bêbado e às vezes falava algo muito sem sentido, mas parecia são e estar se divertindo acima de tudo.
De repente, toda a roda se calou e os meninos olharam para trás. Acabei olhando também por curiosidade e avistei Felix, um dos atacantes do time. Ele vinha acompanhado de uma garota vestida num uniforme de líder de torcida. Eles se aproximaram da roda e Felix cumprimentou todos os rapazes com um aperto de mão – com exceção de Oliver. A garota abraçou cada um deles, mas em Oliver ela abraçou e o beijou prolongadamente na bochecha. Após isso, voltou para o lado de Felix e eles deram as mãos.
— E aí, sobre o que estão falando? — Felix perguntou.
— Eliel estava contando mais uma vez sobre a noite em que o pai da ex dele quase o pegou nu na varanda — Jimmy respondeu enquanto ria.
Enquanto eles conversavam, a garota se desvencilhou da mão de Felix e veio até mim. Ela estendeu a mão como cumprimento e disse:
— Fiquei sabendo que você é o melhor amigo do Oliver, é um prazer te conhecer.
Aceitei seu cumprimento, balançando sua mão. Estava gelada.
— Sou Samy — sorri para ela.
— Sou Anne — ela sorriu para mim.
Oliver olhava para nós de uma forma estranha.
— Como Oliver está? Faz tempo que não o vejo — ela perguntou apontando o polegar para ele.
— Está bem, só um pouco estressado por conta das provas.
— Ah... — ela suspirou exasperadamente. — Nem me lembre, ele faltava inventar novos palavrões quando estávamos juntos — riu.
— Juntos? — Ergui uma sobrancelha.
— Isso — ela concordou. — Namorei com o Oliver por uns dois anos, quase três. Não nos falamos muito depois do término — torceu o lábio.
Olhei para Oliver, ele estava com o rosto inclinado para frente, era como se quisesse ouvir nossa conversa à distância. Seu cenho estava franzido e ele parecia preocupado.
— Anne — chamei-a, os olhos ainda fixos nele.
— Diga — ela soou carinhosa.
— Por que vocês terminaram?
Ela suspirou.
— Sendo sincera? — Ela sentou ao meu lado. — Não tenho tanta certeza, acho que ainda estou no luto pós-término — riu, mas era uma risada amarga. — Ele disse que se apaixonou por outra pessoa.
Engoli em seco.
— Oh... entendo — a ofereci um sorriso pequeno, desviando o olhar do de Oliver.
Não sabia que Oliver estava namorando antes de ir visitar a mim e nossa tia, e agora sabia que ele havia terminado tudo por mim. Tudo bem, era uma ideia presunçosa a de pensar que ele havia terminado um relacionamento de quase três anos por mim, mas nem tanto quando eu lembrava de todas as vezes em que ele disse “eu te amo” enquanto nos abraçávamos ou estávamos assistindo algum filme ou simplesmente conversando sobre o dia ou fazendo amor. Ele dizia isso sempre.
Acabei me pegando sorrindo para ele. No entanto, ao perceber que soaria bastante insensível sorrir logo após Anne me contar sobre a história de seu término, o desfiz.
Oliver se aproximou de nós, a mão livre enfiada no bolso da calça.
— E aí, como estão? — Perguntou, sua voz estava estranha, era como se estivesse hesitante. — Finalmente conheceu meu melhor amigo, Anne — disse para ela.
— Você passava horas me contando sobre ele — ela riu e o acertou um leve tapa no ombro. — Há quanto tempo, Oliver.
Ele sorriu para ela.
— Há quanto tempo.
Fiquei observando-os conversando com um gosto estranho na boca. Estava sentindo uma vontade quase avassaladora de pular em Oliver e beijá-lo, um instinto que considerei primitivo dada a sensação violenta no estômago. Vê-lo sorrindo para Anne, sua ex-namorada, não foi uma experiência boa. Não mesmo; foi azeda em muitos sentidos.
Quando voltei a prestar atenção, Anne estava falando sobre a possibilidade de eles saírem no próximo final de semana.
— Posso levar o resto das roupas que você deixou no meu dormitório — disse ela.
— Pode ser... — Oliver respondeu enquanto coçava a nuca, intercalando o olhar entre ela e eu.
Ele não precisava dizer, mas eu sabia que ele estava desconfortável. Acho que a festa acabou não sendo tão divertida quanto ele disse que seria na tarde daquele mesmo dia, quando me convidou. Não estava sendo muito divertida para mim também, porque me sentia igualmente desconfortável.
— Já está com sono, Samy? — Ele perguntou e eu soube que ele queria dizer “vamos para o quarto”.
— Acho... — abracei a mim mesmo, estava com frio. — Acho que sim — sorri minimamente.
— Vamos, então — ele estendeu a mão para mim. — Foi bom te ver, Anne — acenou para ela.
— Foi muito bom te ver, Oliver. Até mais, Samy — acenou para mim.
— Até — sorri para ela.
Pelo resto do caminho, enquanto subíamos as escadas, enquanto andávamos pelo corredor em direção ao seu quarto, estava me sentindo um pouco dormente. Na verdade, queria fazer algo mais do que deitar na cama e dormir e pensar e todas as coisas novas que havia descoberto naquela noite, mesmo que Oliver me fizesse companhia na cama. Não, eu queria fazer algo realmente louco, algo que me alegrasse novamente.
— Vou no banheiro, vai ser rápido — disse Oliver.
Ele largou minha mão e entrou no banheiro compartilhado do andar. Não escutei o som da fechadura.
Olhando para os dois lados, pensei duas vezes se deveria ou não... na terceira, girei a maçaneta e entrei rapidamente. Ele estava de lado, com o pau mole na mão. Ao me ver, ergueu uma sobrancelha. As linhas de expressão em sua testa demonstraram confusão em seu rosto quando girei a chave da maçaneta e nos tranquei ali.
— O que está fazendo? — Perguntou, guardando o pau dentro da calça e puxando o zíper para cima.
— Eu, hm... — brinquei com os dedos, aproximando-me calmamente dele. — Pensei em te chupar.
Ele pareceu cético.
— Aqui?
— Sim — concordei.
— E se alguém entrar?
— A porta está fechada — retruquei, levando as mãos até o cós de sua calça.
Com os dedos agindo suavemente, desfiz o botão e empurrei o zíper para baixo e puxei seu pau, agora um pouco mais desperto, para fora. Ele pesou em minha mão e começou a endurecer cada vez mais.
— E se alguém bater na porta? — Ele perguntou, soou ofegante.
Beijei seu queixo.
— É só não responder — beijei seu pomo-de-adão, descendo — nada...
Fiquei de joelhos diante dele, minha boca raspou suavemente contra seu pau. Não estava mais mole, também não estava completamente duro. Eu gostava de começar assim porque amava a sensação de tê-lo endurecendo dentro de minha boca.
— Você é um safado — ele comentou com um sorriso danado, uma mão massageando meu ombro e a outra o topo de minha cabeça, com os dedos embrenhados em meu cabelo. — Meu garoto está com fome? — Ergueu uma sobrancelha.
— Sim — concordei, mas o som se aproximou de um gemido. Dei uma leve lambida na glande e assisti seus ombros subirem como um gato se arrepiando. Ele sorriu um sorriso safado e, com os dedos segurando um punhado de meu cabelo, esfregou meu rosto em seu pau duro.
— Abre a boquinha, amor — pediu.
Concordei e abri a boca. Com a mão, ele mirou o pau duro e a penetrou lentamente, chiando conforme se aprofundava. Seu pau era grande e grosso e eu não conseguia engoli-lo por inteiro, então tratei de segurar a base com a mão completamente fechada envolta dela.
— Tão bonito, amor, com meu caralho na boca — gemeu arrastadamente.
Pôs as mãos atrás das costas, dando-me total liberdade de movimentos. Isso me fez ficar ainda mais sedento para dar o meu melhor. Oliver não era um cara fissurado em ser engolido, ele preferia um carinho na cabeça, então a envolvi com os lábios e deslizei a língua por sua fenda. Escutei seu gemido ecoando pelo banheiro. Agora, ele estava escorado contra a parede, mas não completamente, as costas formando um arco na direção dela como se estivesse se espreguiçando.
Desci o resto do zíper e puxei suas bolas para fora, lambendo-as uma de cada vez. Isso o fez chiar enquanto o corpo inteiro relaxava. Enquanto prestava carinhos em suas bolas, punhetava sua ereção lentamente.
— Tão gostoso, amor, você com o caralho do seu homem na boca. Porra... — ele gemeu.
Senti sua mão afundar em meu cabelo, então ele passou a movimentar a pélvis em direção à minha boca. Os movimentos repentinos me fizeram tossir e babá-lo com ainda mais saliva, que passou a escorrer de meu queixo para o chão.
— Olhe para mim — ele pediu.
Ele estava com os olhos fixos em mim. Vi seu rosto, suas bochechas e a ponta do nariz avermelhadas, o lábio inferior entre os dentes mesmo que estivesse sorrindo como um cafajeste. Ele largou o lábio inferior e gemeu, de cenho franzido como se estivesse recebendo o maior e melhor prazer do mundo.
Sua mão largou meu cabelo e desceu para acariciar meu queixo enquanto ele metia em minha boca, o barulho de sucção e engasgos ecoando pelo recinto. Se eu pudesse, sorriria para ele porque estava adorando suas carícias.
Ele fechou os olhos e mordeu o lábio.
— Porra, vou gozar, amor — avisou, a voz soando grossa.
Tirei-o da boca, mas não parei de mover a mão para cima e para baixo. Seu abdômen contraía, era perceptível por conta da jaqueta subindo e descendo rapidamente. Ele estava perto, muito perto.
Quando começou a gemer mais arrastado, foi quando o pus de volta na boca. Senti os jatos preenchendo minha boca e gemi, esfregando a língua em sua fenda. De olhos semicerrados, assisti sua feição enquanto se desmanchava para mim. Olhos cerrados, boca entreaberta, olhando para mim. Só para mim. Sua mão voltou a acariciar meu cabelo.
— Tão gostoso, bebê — sussurrou.
Engoli tudo, sorrindo logo após, e ele estendeu a mão para me ajudar a levantar. Ao me ter de pé, envolveu os braços em minha cintura e me beijou com força, seus lábios gelados esquentando nos meus.
— Tá com o gosto da minha porra — murmurou.
— O que você queria? — Ergui uma sobrancelha.
Ele riu enquanto subia o zíper da calça e me beijou mais uma vez antes de deixar um selinho em minha testa e agarrar minha mão para sairmos do banheiro. Não havia ninguém no corredor, para meu alívio, e chegamos no quarto sem problemas. Ao entrarmos, ele fechou a porta girando a chave e nos guiou para a cama. Não a nossa, que era um beliche, mas a cama de Eliel, que era uma box de solteiro.
Começamos a nos beijar. Sua mão desceu por meu abdômen até chegar no cós de minha calça. Senti seus dedos desfazendo o botão e descendo o zíper.
— Tira — disse.
Afastei-me apenas para empurrá-la para longe. Ele agarrou a bainha de minha blusa e a puxou para cima. Ela atravessou meu pescoço e voou para longe.
— Deita, bebê — apontou para a cama.
Concordei e deitei, mas ainda com os pés no chão. Ele ajoelhou entre minhas pernas e as puxou para cima de seus ombros. Agora, seu rosto estava entre minhas coxas, mas seus olhos estavam mirando os meus.
— Vou te chupar bem gostoso — sussurrou.
Concordei com um gemido, assistindo quando ele baixou um pouco mais o rosto. Senti sua língua em minha entrada e fechei os olhos momentaneamente pelo prazer. Ele... ele sabia o que fazer e como fazer muito bem. Certa vez, cheguei a chorar de tanto prazer. Agora, sentia que estava chegando ao mesmo estado, com sua língua circulando e afundando vez em outra, sempre tão precisa, sempre tão gostosa.
— Oliver... — gemi seu nome e agarrei um punhado de seu cabelo, forçando ainda mais seu rosto ali.
— Cuzinho gostoso do caralho — ele xingou, depois deu uma mordida brusca em minha nádega direita. — Fico louco, amor. Puta merda.
Comecei a ofegar, estava vendo estrelas no teto. Quando voltou a circular a língua daquela maneira tão precisa, acredito que cheguei ao nirvana. Vi pontos não-fixos e cores zoadas, sentindo uma estranha, poderosa e primitiva vontade de gritar seu nome. Singelamente, senti quando penetrou um dedo, depois outro e começou a bombear para dentro e fora, dentro e fora, sua língua circulando e circulando sem parar.
Olhei para baixo, para além de meu pau duro pingando excitação, e o vi completamente concentrado, mas com os olhos focados em mim como se adorasse me assistir. Sua boca era incansável e perfeita, mas seu rosto por inteiro, sua feição safada, me levou às nuvens – e eu não sabia se queria descer ou não.
Ele se afastou quando eu já estava extasiado demais, desfez-se da jaqueta e subiu a blusa pelo abdômen trincado. Ele estava ainda mais musculoso, ao ponto de ter finas e salientes veias na pélvis e peitoral. Os mamilos estavam eriçados como os meus. Livrou-se da calça em seguida, apalpando-se por cima da boxer preta antes de removê-la e começar a se masturbar na minha frente.
— Olha como você me deixa, bebê — apontou para a ereção. — Deixa o meu caralho duro demais.
Balancei a cabeça, hipnotizado. Suas coxas eram fortes, com as linhas dos músculos desenhadas assim como no resto de seu corpo. Segui a linha funda que dividia seu abdômen até sua pélvis e parei em seu pau grosso duro.
Masturbando-se, ele disse:
— Vou te fazer chorar no meu pau, amor.
— Por-Por favor — pedi, soando tão manhoso quanto podia.
Ele mordeu o lábio, sorrindo um sorriso safado.
— Então abre o cuzinho pra mim — disse, bombeando sua ereção, os olhos vidrados em mim. — Abre pro seu homem, vai...
Gemi de maneira incontida, hipnotizado por seu linguajar tão baixo. Delicadamente, segurei minhas nádegas e as afastei uma da outra, revelando minha entrada para ele. Tratava-se de um gesto mais do que íntimo cujo havia perdido a vergonha de fazer quando com ele. Somente para ele. Mesmo assim, senti uma ponta de hesitação, meu rosto estava queimando.
— Porra — ele gemeu, aproximando-se e dobrando os joelhos apenas o suficiente para encaixar sua altura a altura da cama. Senti sua glande esfregando em minha entrada. — Tão bonito, bebê.
Abri a boca, mas nenhum som saiu, quando ele começou a penetrar lentamente até o final, até sua pélvis encostar em minha bunda. Foi uma das melhores sensações do mundo; a de preenchimento, a de pertencimento, a de cumplicidade. Ele estava ali, com meus pés sobre os ombros, as mãos afundadas em cada lado de meu quadril, todo para mim, assim como eu estava todo para ele.
Ele começou a se mover lentamente, o quadril se movendo como uma folha ondulando, com maestria. Sua boca estava entreaberta, de onde gemidos grossos ocasionalmente deslizavam. Deslizei uma de minhas mãos por seu abdômen, sentindo os músculos duros enrijecerem ao toque. Subitamente, estocou com força e a brusquidão me arrancou um grito, então sorriu e passou a ser mais rápido e bruto ao ponto de sons de estalos ecoarem pelo quarto.
Gemi quando ele começou a lamber a lateral de meu pé, gemendo.
Quando se afastou, encarou-me de longe e disse:
— Porra, que cuzinho gostoso, amor.
— Você é tão lindo — sussurrei, a voz falhando, deslizando a mão por seu abdômen trincado. — Tão lindo.
— Pra você — sorriu safado, estocando violentamente. — Sou seu lindo.
Concordei mordendo o lábio, embrenhado em seu olhar.
— Porra, meu caralho tá tão apertado em você, bebê. Você é apertado pra porra — murmurou entre dentes. — Desliza tão bem — gemeu.
Ergui o torso, envolvi os braços ao redor de seu pescoço e o puxei para baixo. Minhas pernas deslizaram para fora de seus ombros, agora ele estava completamente sobre mim, estocando, me comendo deliciosamente.
— Isso, isso, isso — eu gemia.
Até que ele se afastou e, com um movimento brusco, me pôs de quatro sobre a cama.
— Empina pra mim, amor — pediu.
Acatei seu pedido e revirei os olhos quando ele penetrou mais uma vez.
— Não era isso que você queria? — Perguntou antes de acertar um tapa em minha bunda. — Não era o meu caralho que você queria?
Gemendo, respondi:
— Siiim — de uma maneira arrastada. — Sim, sim, sim!
— Então rebola nessa porra — ordenou. — Rebola no seu macho.
Seu palavreado... nossa, ele me levava para lugares desconhecidos, principalmente lugares em que eu fazia coisas que nunca imaginei fazer, como rebolar em seu pau enquanto gemia seu nome – o que estava fazendo naquele momento.
Ele me acertou outro tapa, esse mais forte e estalado, e segurou em meu quadril antes de iniciar uma série de estocadas brutas, violentas e completamente extasiantes. Não consegui manter os olhos abertos, tamanho o prazer. Quando diminuiu a velocidade, inclinou-se para baixo e beijou minha nuca suada, os lábios quentes em minha pele.
— Amo você — sussurrou contra meu ouvido.
— Amo você — respondi, olhando para trás, olhando para ele.
Gemi com a visão. Seu cabelo estava molhado e grudando em certos cantos, seu rosto estava vermelho e brilhante de suor. Também, seu peitoral brilhava, seu abdômen parecia delicioso com aquelas veias saltadas. A vontade que senti foi de lamber seu corpo por completo.
Eu o amo.
— Vou gozar — avisou de olhos semicerrados.
Gemi arrastadamente quando seus movimentos se tornaram mais bruscos em busca de sua libertação. Fui surpreendido quando ele acertou minha próstata tão forte que cheguei a ver estrelas mais uma vez, depois outra e outra vez até sentir o âmago esquentar e esquentar e... e explodir.
Gozei forte, foi algo surreal e que me fez cair tremendo na cama. Oliver caiu sobre mim, estocando bruto, até que gemeu meu nome roucamente em meu ouvido e parou de se mover lentamente. Senti os jatos quentes, senti, também, quando começaram a escorrer por entre minhas coxas.
— Puta merda — disse ele.
— Estou... zonzo... — sussurrei.
Ele riu.
Saindo de cima de mim, acertou mais um tapa em minha bunda e estendeu a mão para me ajudar a levantar.
— Vamos tomar um banho?
— Vamos — respondi.
— Depois podemos dormir agarradinhos — ofereceu.
— E Eliel? Uma hora ou outra ele vai querer entrar para dormir...
— Nah — ele negou. — Algo me diz que ele vai ter uma crise de saudades da ex e vai aparecer pela casa dela nessa madrugada.
Ri.
— Não vai ser a primeira vez — comentei.
No final da noite, acabamos conversando um pouco sobre tudo o que eu havia descoberto naquela noite. Sim, Oliver tinha um passado (sexual) meio louco e, sim, ele havia dado um trato (suas palavras) em alguns membros do corpo docente do campus, mas era tudo parte do passado. Afinal, qualquer pessoa pode se divertir e viver a própria vida. Sim, ele tinha uma ex-namorada que provavelmente estava querendo reatar, mas isso era problema dela (suas palavras), porque a única pessoa com quem queria ter um relacionamento era eu (suas palavras).
Antes de dormir, decidi que não me importaria muito com o que havia descoberto, porque o passado deveria ficar no passado e eu o amava (e essas foram as minhas palavras, mesmo que tudo o que eu tenha dito para ele foi um “boa noite” e um beijo prolongado nos lábios).
amei de mais, fofos ♥️♥️♥️♥️
Que escrita e essa JUNIOR? Que escrita incrível! Pqq...
CACETE... TÔ TODA ME TREMEND.. KKKKKK
EU AMEIIIIII.❤
Eu amei, escrita maravilhosa ❤️
que escrita maravilhosa...