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O CONTRATO - First Bite.

  • autorwudsonjr
  • 1 de set. de 2024
  • 20 min de leitura

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FIRST BITE - uma oneshot de O CONTRATO

 

Charlie Campbell enlouqueceu, já não sabia mais o que estava fazendo, mas tinha a noção de que esse era o tipo de decisão que só se toma no calor do momento. Não, ele não estava desesperado ou foi coagido, também não era um homem ingênuo. Muito pelo contrário, tinha plena noção de que o que estava prestes a fazer é um dos atos mais nefastos existentes.

Seu cabelo ligeiramente longo e preto estava amarrado em um rabo de cavalo, seus olhos castanhos estavam semicerrados, seus lábios gordos em formato de coração estavam crispados, sua jugular estava saltada assim como as veias em seus antebraços e punhos cerrados. Esse é o tipo de expressão de alguém que está com raiva e pronto para atacar, mas Charlie não estava com raiva. Raiva era o último dos sentimentos atacando seu âmago nesse momento. Sentia-se ansioso, nervoso, beirando ao humilhado e meio inseguro, a expressão de raiva era apenas a sua forma de lidar com esse conjunto de sentimentos tão nunca-quistos.

Ele tinha uma rotina antes de hoje: saia com os amigos, passava horas comprando roupas exóticas coloridas, ia para a faculdade durante a tarde e bebia vinho à noite. Tudo era mais simples. Então o contrato que assinou o alavancou ao estrelato, à ansiedade crônica, à falta de privacidade e, em segunda instância, aos braços de um lutador de boxe em ascensão, um homem de aparência bruta, mas com um coração e personalidade encantadores. Depois que conheceu o lutador, foi quando, de fato, sua rotina foi jogada em um liquidificador.

Depois do contrato e do lutador, teve que se acostumar com a fama e com o fato de que estava no olho da mídia com seu relacionamento. Esse não era seu intuito, apesar de que sabia que a fama era uma das cláusulas garantidas do contrato. Agora não havia mais como voltar atrás nem com a assinatura, nem com o que estava prestes a fazer. E ele não ia fazer isso somente por motivos pessoais. Não, isso ia além do seu bem-estar porque envolvia a possibilidade do lutador, o homem que constantemente invadia seus sonhos, perder um dos combates mais importantes da sua carreira.

Ele estava prestes a bater na porta do quarto de Kilian Russell, o homem com quem estava mantendo um relacionamento de fachada, antes um boxeador em ascensão, agora um boxeador renomado transformado em celebridade, assim como ele. E depois que batesse à porta e Kilian atendesse, ele iria o oferecer o sexo mais violento e pecaminoso que existe como uma forma de gastar sua energia e fazê-lo dormir bem o suficiente para não desmaiar durante o combate. Kilian tinha o sono leve e andava sofrendo de insônia há um mês inteiro. Se transar até o amanhecer era a maneira mais rápida de fazer com que dormisse por algumas horas, esse era um sacrifício que Charlie estava disposto a fazer.

Charlie respirou fundo, contou até três, lembrou-se do baseado que fumou antes de estar ali e deu duas batidas firmes na porta.

Esse foi o momento em que suas entranhas se reviraram no que popularmente é chamado de “ter borboletas no estômago”. Ele estava sentindo isso, mas mais se parecia com um enxame de abelhas. Nunca ficou tão nervoso com algo como nesse momento – e isso queria dizer muito.

A porta foi aberta por Kilian, que enfiou o rosto na fresta e espiou Charlie no corredor.

Kilian não estava com um bom-humor, estava estressado e irritado desde que tentou dormir às três da tarde e não conseguiu. Sempre que fechava os olhos, relances de sua vida no orfanato e nas mãos da Irmã Maeve surgiam como um filme em suas pálpebras. Um filme de terror. Não queria lidar com Charlie naquele momento porque iria tratá-lo mal, como ele não merecia ser tratado, e não havia nada que pudesse fazer para evitar. Sentiu-se encurralado entre mandá-lo embora e abrir a porta completamente para que entrasse.

— Oi — disse Charlie. — Como você está?

— Puto — Kilian respondeu, decidindo abrir a porta.

Dando-lhe as costas, Kilian voltou para a cama, onde se sentou e cruzou os braços acima do peito, limitando-se a assistir Charlie se sentando na cadeira de sua escrivaninha. Uma tensão vertiginosa os arrodeava desde que se pegaram no cinema e não passou disso: uns pegas. Por mais que tenham descontado uma parcela do desejo naquela noite, outra parte do sentimento permaneceu em seus corpos como um vírus.

Charlie vislumbrou o boxeador sentado na beirada da cama, as pernas musculosas ligeiramente abertas numa pose quase descontraída se não fosse sua expressão de desconforto e irritação. Ele estava usando um daqueles shorts de treino da Speedo com uma blusa de manga curta preta e colada ao torso musculoso, calçado em sandálias de dedo, seu cabelo estava bagunçado como se estivesse mexendo nele constantemente em frustração, mas nada disso era mais chamativo que seu olho esquerdo cinza marcado por uma cicatriz de luta. Aquele olho era a sua marca registrada, seu diferencial. Como não poderia ser? Seus olhos deveriam ser pretos, mas apenas o direito era, o esquerdo ficou cinza após um golpe que quase o cegou em uma das suas primeiras lutas, deixando, além disso, uma cicatriz de mais ou menos cinco centímetros que rompia de sua sobrancelha, passava pela pálpebra e acabava um pouco abaixo da linha dos seus cílios inferiores. Por último, percebeu que ele havia amarrado as faixas nos pulsos e antebraços.

— Vai treinar? — Charlie perguntou, juntando as mãos sobre o colo.

— Estou pensando — disse Kilian, torcendo o lábio. — Quem sabe assim fico mais relaxado e consigo dormir.

— Você só vai ficar mais energético — disse Charlie, repetindo a fala do médico que os atendeu em domicílio na semana passada. — Se quer mesmo relaxar, deite e assista um filme.

E lá se vai sua deixa para oferecer o sexo selvagem. Até entrar no quarto, Charlie havia ensaiado como o ofereceria: entraria no quarto, mencionaria sua insônia e então BUM: sexo selvagem por umas duas horas. No entanto, assim que entrou no quarto, todo o seu discurso se perdeu na expressão séria de Kilian, restando apenas o fantasma da sua ideia inicial.

— Você sabe que não consigo relaxar assim — disse Kilian, entre dentes, lutando contra o mau-humor.

— Mas o médico disse...

— Eu sei o que o médico disse — Kilian o interrompeu, soando rude e irritado. — Eu me lembro de cada maldito conselho.

— O melhor a se fazer é se deitar e tentar descansar — disse Charlie, brincando com os polegares. — Quem sabe assim, no silêncio absoluto, você consiga dormir por algumas horas.

Charlie sabia que Kilian dormia poucas horas por noite, o que não sabia era que, naquele dia, Kilian não havia dormido nem por trinta minutos, estava virado, estressado e irritado pela falta de descanso.

— Você não sabe o que é melhor para mim — disse Kilian, bufando e esfregando as têmporas. — Volte para o que estava fazendo, Charlie, e me deixe em paz.

Charlie torceu o lábio, desgostoso com a fala do boxeador, mas ela não o magoou como deveria porque, no fundo, sabia que Kilian não era um homem ruim e só estava daquele jeito devido ao estresse. Kilian era gentil, atencioso e bruto, mas não era bruto com ele. Ora, Kilian era seu amigo. Um amigo feito sob circunstâncias contratuais, mas, acima de tudo, um amigo.

Charlie, então, olhou para as mãos enfaixadas do boxeador e percebeu que tremiam. Não era a primeira vez que as via dessa forma: sabia que tremiam sempre que estava em picos de estresse. Mordeu o lábio, pensativo, no limiar entre ir embora e oferecer de uma vez seu tipo muito específico de ajuda.

Kilian descruzou os braços e se levantou da cama, apontando para a porta.

— Vá embora, Charlie, eu vou dar um jeito nisso — disse ele. — Comprei um calmante novo, pode ser que dê certo.

Ele está se entupindo de calmantes, pensou Charlie, cerrando os punhos.

— Ei — disse Kilian, chamando sua atenção. — Não está me escutando, Campbell? Vaza daqui, por favor.

Charlie não moveu um dedo e Kilian bufou antes de ir até ele, erguê-lo do chão e o levar até a porta. Não havia nada mais humilhante do que ser carregado para fora do quarto de alguém por pura desobediência, mas era o que estava acontecendo com Charlie naquele exato momento. Mesmo assim, distraiu-se com a forma como Kilian segurava sua cintura, pelo cheiro almiscarado do seu perfume e xampu e pela forma como conseguia erguer seus setenta quilos do chão como se não fosse nada. Ele sabia que Kilian era forte, mas sempre se surpreendia.

Antes que o boxeador pudesse lhe tirar dali, segurou seu rosto com as duas mãos e o beijou. Fez assim como o boxeador fez com ele na primeira vez em que treinaram juntos: segurou suas bochechas e foi em busca do pote de ouro. Ele pensou que Kilian o recusaria, mas o beijo surtiu outro efeito: fê-lo parar no meio do quarto, ainda o erguendo do chão, e retribuir.

Poucas coisas nesse mundo eram o ponto-fraco de Kilian: perder um combate, decepcionar seus pais, seu passado no Orfanato e, muito recentemente, o desejo pelo gosto de cereja dos lábios em formato de coração do seu noivo de fachada. Ele sabia que o gosto doce de fruta vinha do gloss que Campbell usava diariamente assim como sabia que moveria montanhas para sentir a maciez daqueles lábios.

Era como se aquela boca fosse alguma espécie de criptonita.

Durante o beijo, ainda calmo, Charlie acariciou seu rosto, deslizando a ponta dos dígitos por sua pele. Foi uma outra forma de demonstrar carinho e isso fez Kilian estremecer. Não apenas isso, fez toda a sua vontade de expulsá-lo do quarto sumir. Como poderia expulsar quem estava o tratando tão bem? Aqueles lábios, definitivamente, possuíam alguma espécie de feitiço, Kilian teve mais certeza disso, porque não havia outra coisa que o fizesse desligar a mente por completo e se entregar exatamente como estava acontecendo naquele momento.

Lentamente, Charlie firmou os pés no chão, ao mesmo tempo em que foi abraçado pelo boxeador. Aproveitou esse momento para empurrar Kilian até a cama, rompendo o beijo ao empurrá-lo sentado no colchão, de forma que ele o soltou quando precisou se equilibrar e se manter sentado porque foi empurrado com força demais, encarando-o de cenho franzido.

Charlie, por sua vez, pegou sua mão e começou a desenfaixá-la.

— Você não vai descer até a quadra para treinar — disse ele, livrando-se da faixa no primeiro pulso, então pegou seu outro punho e repetiu o processo. — Eu tenho uma ideia melhor.

— Qual? — Kilian soprou a pergunta, segurando as coxas macias de Campbell.

Houve um breve momento de silêncio. Durante ele, Charlie ponderou suas opções ao mesmo tempo em que Kilian tentou entender aquela visita tão súbita. Foi apenas para me beijar, foi o que concluiu.

Decidido, Charlie removeu sua blusa rosa com estampa de corações, revelando o tronco pálido liso, a barriga saliente e, principalmente, os mamilos entumecidos, que logo atraíram a atenção de Kilian. Charlie, então, acariciou a nuca do boxeador e aproximou seus lábios do seu mamilo direito em um pedido implícito para que o colocasse na boca.

Kilian ergueu o olhar em busca do dele, os lábios raspando no bico rijo, e avançou apenas um pouco, passando a língua sobre ele. Charlie mordeu o lábio inferior, assistindo à cena como se fosse uma cena de filme. Então Kilian sugou o mamilo entre os lábios e o chupou com força, demorando-se deslizando a língua ao seu redor, raspando os dentes, mordendo-o, parando apenas quando Charlie guinchou e segurou os cantos da sua cabeça.

— Foi demais? — Perguntou.

— Não — Charlie sussurrou, voltando a acariciar sua nuca. — Continua.

— Essa é a sua ideia de me fazer cansar? — Kilian perguntou, afastando o rosto do seu peito. — Charlie, você não...

— Eu quero — Charlie o interrompeu, voltando a segurar suas bochechas. — Eu sei que o Carl estava te ajudando com isso — revelou com as bochechas vermelhas.

Charlie estava certo. Carl era seu colega de turma e o odiava veemente, mas atualmente ambos possuíam um vínculo: Kilian. Enquanto Charlie era seu noivo de fachada, Carl era seu esquema de sexo casual e mantinha relações sexuais com o boxeador quase todas as noites e sempre antes de um combate. Mas Carl não estava ali naquela noite, Charlie estava.

Kilian o encarou seriamente, ponderando suas opções, então encarou os mamilos rijos diante dos seus olhos e avançou mais uma vez, puxando o antes ignorado entre os dentes, o que fez Charlie gemer baixinho e cravar as unhas em seus ombros, emitindo um som magnífico.

Precisaram de tantas provocações para chegar a esse ponto e não havia mais volta.

Kilian soltou o mamilo com um estalo de lábios, segurou a nuca de Charlie e o puxou para um beijo, dessa vez forte, profundo e quase violento. Seus lábios colidiram com ânsia, depois suas línguas. Definitivamente não havia mais volta. Após seus lábios, traçou uma trilha de beijos e lambidas do seu pescoço até seu peitoral, onde gastou algum tempo, depois, abraçando-o como se fosse fugir a qualquer momento, curvou-se ao ponto de beijar suas costelas. Quis descer um pouco mais, porém não conseguiu sentado daquele jeito, então se levantou com Campbell no colo, colocou-o deitado na cama, posicionou-se entre suas pernas e o cobriu com seu corpo, retornando aos beijos a partir do ponto em que parou: das costelas até o umbigo, depois do umbigo até o cós da calça de pijama rosa com estampas de coração.

Ali, viu o relevo do pau duro de Charlie debaixo do tecido. Ergueu o olhar até o dele, oferecendo-lhe um pequeno sorriso convencido e orgulhoso. A percepção de que Campbell estava duro por e para ele o deixou orgulhoso, mais do que isso, encantado. Ele cobriu a ereção com a mão grande e calejada e a acariciou lentamente enquanto estudava suas reações.

Olhos semiabertos, bochechas avermelhadas, lábios entreabertos: a expressão típica de quem estava fervendo de tesão. E como estava.

Charlie estendeu a mão e acariciou o cabelo macio do boxeador. Custou-lhe perceber que tinha um dos homens mais temidos do mundo do boxe entre suas pernas naquele momento. Seu rosto possuía traços tão duros, desde as sobrancelhas grossas, os olhos, um preto e outro cinza, gélidos, aquela cicatriz de luta, os lábios bem-feitos rosados, até o queixo delineado liso de pelos. Além disso, seu corpo era grande e musculoso. Quando Kilian abaixou a cabeça para beijar sua ereção, revelou as costas largas naturalmente curvadas no relevo dos músculos e sua bunda redonda empinada.

Kilian mordiscou o relevo da ereção de Charlie apenas para provocá-lo, então o olhou uma última vez antes de puxar o cós da calça de pijama junto com a cueca da Calvin Klein para baixo, revelando seu pau rosado duro. Da cabeça inchada e pulsante, pré-gozo pingava aos montes. Inclinou o rosto para baixo e lambeu a linha de lubrificação, provando seu gosto, depois o lambeu da base até a cabeça. Como resposta, Charlie tentou fechar as pernas instintivamente porque a mistura de sensações foi demais, mas Kilian segurou suas coxas no lugar e as manteve abertas.

— Você não vai fugir — disse Kilian, lambendo a cabeça inchada do pau de Charlie. — Não vai fugir como o coelhinho da Alice, não dessa vez — avisou-o. — Mesmo que tente fugir, vou fazer questão de te caçar. Você não pode simplesmente vir até mim e me oferecer algo delicioso, para então simplesmente fugir, entende?

Charlie mordeu o lábio, concordando com um balançar de cabeça. Ao mesmo tempo, seu pau pulsou e balançou rente aos lábios de Kilian, que sorriu.

— Assim está melhor — disse o boxeador, colocando-o na boca.

O que Charlie não tinha de tamanho exorbitante, completava com grossura. Era o tipo de pau que faria alguém ver estrelas. Kilian provou seu gosto lentamente tomando-o na boca. Fez tudo com calma porque não queria que Campbell chegasse tão rápido do outro lado do arco-íris. Dedicou-se na cabeça inchada, lambendo sua fenda, depois na sua base e nas bolas, beijando-as como forma de carinho. Nesse meio tempo, viu-se perdido no olhar brilhante de Charlie, que seguia cada um dos seus movimentos de forma vidrada. Após algum tempo, seus olhos caíram no pequeno ponto entre suas nádegas, que piscava, e sua boca voltou a salivar.

No entanto, não avançou até lá, mas o dedilhou como um aviso do que isso aconteceria em breve. Em resposta, Charlie respirou fundo e agarrou os lençóis com força, buscando algo em que se segurar naquele momento. Kilian já havia se mostrado mais de uma vez um homem perigoso quando o assunto era provocá-lo.

— Parece ser uma delícia, Campbell — comentou, beijando a cabeça inchada do seu pau uma última vez.

O calor irradiava do seu corpo, fazendo com que linhas de suor escorressem pelo seu rosto, braços e torso. De repente aquela blusa preta colada mais pareceu uma camisa de força. Ergueu o torso, ficando de joelhos entre as pernas de Charlie, e tratou de remover a peça de roupa. Enquanto isso, Charlie engoliu em seco diante da visão do torso malhado do boxeador. Nunca viu alguém com um peitoral e abdômen tão definidos. Segundo seus conceitos, o físico de Kilian era sobre-humano. Seguiu as linhas negativas do seu abdômen trincado até o “V” nos lados do seu quadril, que desciam e sumiam debaixo do short de treino.

Maldito short, eu quero ver tudo, pensou Charlie, mordendo a ponta da língua.

Seus olhos foram um pouco além, até o relevo longo e marcado no short de Kilian. Seu pau estava duro e pulsando debaixo daquele tecido. Kilian percebeu para onde Charlie olhava e riu, apertando o próprio pau.

— É isso que você quer? — Perguntou, deslizando a mão pela extensão longa de sua ereção. — Quer essa porra?

Charlie enrubesceu, concordando. Perguntou-se onde estaria sua bravata, afinal, pouco havia falado até aquele momento. Aquele não era ele, deveria ser o efeito Kilian sobre seu corpo. No dia a dia, falava mais que papagaio. Naquele momento, o gato havia comido sua língua.

Kilian soltou seu pau e recuou até estar de pé ao lado da cama. Charlie franziu o cenho, até que o lutador o virou de barriga para baixo e voltou para a cama, sentando-se sobre suas coxas. Agora ele estava sentado sobre Charlie, que sentiu a maciez do tecido do seu short raspando em sua pele e estremeceu. Kilian, por sua vez, inclinou-se para baixo até estar com os lábios colados em um dos seus ouvidos.

— Posso provar ela? — Perguntou, acariciando uma das nádegas com sua grande mão.

Charlie concordou mais uma vez, suspirando quando Kilian traçou uma trilha de beijos desde a parte de trás de sua orelha até sua bunda. Fez isso lentamente, beijando suas omoplatas, depois cada centímetro da linha da sua cervical. Conforme desceu, ergue-se e se sentou sobre suas panturrilhas. Agora, mesmo inclinado, e mesmo por seu corpo ser grande demais, bastava se curvar apenas um pouco para estar cara a cara com a bunda redonda de Charlie. E foi isso que fez: curvou-se até estar raspando os lábios em uma das nádegas lisas e macias, provando o gosto da pele e do sabonete.

O boxeador ergueu os olhos no mesmo momento em que Charlie se apoiou nos cotovelos e passou a assisti-lo por detrás do ombro suado e vermelho. Seus olhos se encontraram profundamente mesmo à distância.

— Foi isso que você veio fazer aqui? — Kilian perguntou, beijando sua bunda. — Veio só para dar para mim, Campbell?

Charlie respirou fundo, concordando. Empinou a bunda um pouco mais e gemeu quando o boxeador mergulhou nela, lambendo sua entrada. Por instantes, seu corpo inteiro sofreu espasmos e arrepios de prazer, mesmo assim Kilian não o deu nenhuma trégua e o devorou como sempre imaginou que faria depois do dia em que mergulharam na piscina juntos pela primeira vez e Campbell estava usando aquele short de banho tão curtinho e provocador.

— Kilian... — Charlie murmurou, querendo soluçar.

A língua de Kilian era viciante.

Kilian apreciou ouvir seu nome sendo soprado daquela maneira tão luxuriosa. Se fosse de qualquer outra forma, certamente não gostaria tanto, mas a voz de Charlie era suave e melódica, ainda mais quando estava banhado em prazer. O som o fez querer mais, de forma que devorou aquela pequena entrada até tê-lo encolhendo o corpo e gemendo seu nome cada vez mais alto, meio incapaz de parar, meio desesperado. Kilian espalmou as mãos em sua bunda, mantendo-o no lugar quando ele fez menção em fugir, dando uma mordida final e fatal em uma de suas nádegas.

Charlie soltou um gritinho, encarando Kilian com os olhos arregalados enquanto seu coração batia forte no peito. Quis correr dali, não por medo, mas porque estava sendo bom demais e temia querer provar daquelas sensações em outras noites além dessa, mas sabia que não poderia escapar do boxeador e isso estava muito claro entre eles.

Não havia mais volta.

Espremeu os olhos ao sentir-se sendo penetrado por dois longos dedos, não tanto pela dor, mais pelo desconforto. Fazia algum tempo que não recebia ninguém ali. Mesmo assim, permitiu que o boxeador o provocasse com os dedos. Kilian foi até o fundo, então curvou os dedos e acertou sua próstata, o que fez o pobre Charlie curvar as costas e guinchar tanto de surpresa quanto de prazer.

— Ah, eu achei, hm? — Kilian sorriu, massageando sua próstata.

— Eu... sim — disse Charlie, revirando os olhos.

Agora não havia mais dor, muito menos desconforto, apenas o doce e gentil prazer de ter seu ponto erógeno supremo sendo acariciado por dedos tão calejados e rudes. Definitivamente não havia escapatória. Pegou-se rebolando naqueles dedos, buscando ao seu próprio modo dar-se prazer. E isso divertiu Kilian por alguns momentos, enquanto se deliciava com a imagem de Campbell deitado de bruços com a bunda bem empinada, gemendo enquanto fodia seu cu com seus dedos. Aquilo era tudo o que precisava naquele momento, aquela visão profana de um anjo virando demônio diante dos seus olhos.

Conforme Charlie se fodia naqueles dedos, uma linha de pré-gozo deslizou da fenda do seu pau, pingando tanto na cama quanto nas costas da mão livre de Kilian, que encarou a mão suja com aquela lubrificação natural e sorriu, lambendo-a diante dos olhos de Charlie, que soprou a respiração como fosse a única coisa capaz de fazer.

— Vamos ver se aprendi direitinho — disse Kilian, cuspindo nos dedos antes de voltar a estimular sua próstata.

Como resposta, Charlie choramingou, estremecendo.

Kilian sorriu. Oh, ele poderia fazer aquilo por horas se isso significasse assistir ao corpo de Campbell sofrendo com espasmos, encolhido e ao mesmo tempo tão relaxado.

Curvou os dedos, massageando sua próstata, e fez isso até os músculos do antebraço começarem a doer. Quando parou, retirando os dedos, havia uma poça de pré-gozo entre as pernas de Charlie, que gemia seu nome de uma maneira arrasada, como um homem cuja próstata foi muito bem estimulada.

Kilian sabia o que estava fazendo e isso estava lhe deixando muito sensível.

Charlie voltou a erguer o rosto para observar Kilian por detrás do ombro. Estava sem fôlego e sentia-se pressionado por uma rocha de quase dois metros de altura. Kilian era um homem muito alto. Além de observar, pegou-se desejando ver e provar a saliência agora mais marcada que nunca no seu short esportivo. Por um tempo, limitou-se a observar e sentir tudo o que Kilian queria fazer, no entanto, aproveitou-se do momento em que Kilian parou com o estímulo em sua próstata e, com certo esforço, pôs-se de joelhos na cama e se virou de frente para ele.

Kilian ergueu uma sobrancelha, curioso, e Charlie o respondeu ao empurrá-lo sentado na cama.

— Deixa eu te fazer sentir bem — disse ele, beijando sua bochecha, depois seus lábios, depois seu queixo. Esticou a mão e arrumou dois travesseiros empilhados próximo de onde o boxeador estava sentado. — Deita, por favor — pediu, acariciando seu ombro. — Eu quero fazer uma coisa. Posso?

Kilian piscou para ele, meio aturdido, meio encantado, e tratou de concordar. Fez isso tão rápido que Charlie soltou um risinho, concordando. Deitou-se parcialmente, os pés ainda firmes no chão, mas a cabeça acolhida confortavelmente na pilha de travesseiros.

Charlie, ainda de joelhos, vislumbrou aquela visão: Kilian deitado, as mãos atrás da nuca como uma espécie de travesseiro extra, o torso desnudo alongado, mostrando o relevo dos mamilos rijos e dos gomos do abdômen trincado. O calor entre eles era tamanho que ambos suavam, dando à suas peles um aspecto brilhante e, sem dúvidas, hipnotizante.

Kilian percebeu o que Charlie estava tentando fazer quando o viu segurar o cós de seu short, então ergueu os quadris e permitiu que puxasse o tecido por suas pernas junto com sua boxer. Viu-se, então, desnudo. Seu pau pulsou, duro, antes de cair pela extensão de seu abdômen, a cabeça a centímetros além do umbigo. A virilha possuía alguns pelos, mas apenas ali.

Charlie fitou a ereção de Kilian e a pegou em um ímpeto, apertando sua base, então, estimulando-a lentamente, sempre para cima e para baixo. Gotas de pré-gozo vazaram pela fenda da cabeça rósea inchada, melando sua mão. Ao olhar para o rosto de Kilian, suspirou ao ver seus lábios entreabertos de prazer e seus olhos fixamente concentrados em cada um de seus movimentos.

Ter sua atenção tão exímia tornou Charlie um pouco mais dedicado e, sem dúvidas, ansioso, pois, queria que Kilian tivesse um bom momento com ele – e que fosse o suficiente para fazê-lo dormir.

Os movimentos contínuos não foram suficientes, viu-se colocando-o na boca. Mesmo desajeitado e nervoso, teve um bom início. Passou a se guiar pelos gemidos e expressões de Kilian. Apesar de ser um homem reservado, o lutador era bastante expressivo em momentos como aquele. Ao vê-lo revirar os olhos, Charlie se sentiu bem e vitorioso e orgulhoso de suas habilidades orais.

Recuou até tê-lo fora da boca, de forma que deixou seus lábios com um estalo molhado. Em questão de segundos, Kilian estava avançando sobre ele, deitando-o de costas na cama, cobrindo seu corpo com o dele, o que o assustou antes de acalmá-lo.

— Você fica lindo até demais quando está com tesão — disse Kilian, afagando seu rosto. — Posso meter?

Como um aviso, seu pau duro roçou entre as nádegas de Charlie, que suspirou.

— Sim — disse Charlie, mordendo a parte interna da bochecha.

Kilian sorriu, beijou seu queixo, então enfiou a mão entre seus corpos, ajustando-se de forma que não demorou para estar pressionando a entrada apertada de Charlie. Entrou lentamente, tomando seu espaço naquele lugar tão quente. Enquanto isso, tratou de beijar Charlie, guiando-o naquela dor inicial em busca do prazer coletivo. A sensação de estar sendo acolhido tão bem o fez gemer entre um beijo e outro, resistindo ao desejo de se mover como um animal.

Com Carl ele não tinha muitas cerimônias, mas Charlie era diferente.

Charlie era mais sensível e, sinceramente, uma caixinha de surpresas.

Completamente dentro, permaneceu ali por algum tempo, dando ao Charlie a chance de se acostumar, mesmo que rapidamente, àquela invasão. Enquanto isso, analisou suas expressões, desde seus olhos brilhantes até sua boca aberta, de onde gemidos ínfimos escapavam. Quando percebeu que ele estava mais calmo, passou a se mover lentamente, apenas esfregando seus corpos, sendo gentil.

— Porra, como você é gostoso... — Kilian gemeu, beijando seu queixo, depois seus lábios.

Charlie sorriu e gemeu, tudo ao mesmo tempo, principalmente quando Kilian passou a se mover mais rápido. Tomou a liberdade de abraçá-lo, deslizando as mãos por suas costas largas musculosas. Por mais íntimo que o toque fosse, não se sentiu íntimo do lutador, afinal, não passavam de noivos de mentirinha.

Kilian ergueu o torso, livrando-se do abraço desajeitado de Charlie ao ficar de joelhos, e passou a estocar contra ele, as mãos segurando seus pés, os olhos fixos em seu corpo suado. Ah, Charlie era uma visão e tanto naquele momento.

Pensou em mudar de posição, mas se recusava a perder a visão privilegiada dos peitos balançando e das expressões gloriosas de prazer de Charlie, que naquele momento era como um livro aberto. Admirado, pressionou a palma da mão aberta sobre a barriga saliente dele, firmando seus movimentos, indo até o fundo. Fez isso incontáveis vezes, satisfeito porque Charlie o agraciou com gemidos desesperados de prazer todas as malditas vezes.

Pegou-se se inclinando em sua direção, cobrindo seu corpo com o dele, com sede para beijar seus lábios. Não demorou para estar domando sua boca, sentindo as unhas de Charlie arranhando suas costas com força. O suor fez os arranhões arderem imediatamente, mas pouco se importou. Se fosse Carl o arranhando, ficaria bravo, mas era Charlie, então ficou agradecido.

— Eu acho que... — Charlie sussurrou em seu ouvido, resfolegando. — Vou gozar.

Tal confissão fez Kilian sorrir.

— Vai, Campbell? — Ergueu uma sobrancelha, inclinando o rosto até estarem cara a cara. — Vai gozar para mim?

Charlie concordou sofregamente.

Não demorou para estar gozando sobre seu abdômen e se contorcendo debaixo de seu corpo. Vê-lo naquele momento deixou Kilian fascinado, principalmente quando escutou seu nome deixando seus lábios. Decidiu que aquele foi um dos momentos mais sensuais de sua vida, definitivamente.

Mas ele ainda não tinha acabado, coisa que Charlie pensou que tinha. Quando retomou as estocadas, Charlie guinchou de surpresa e prazer devido ao alto estímulo. Seu corpo inteiro estava dormente e sensível, mas continuou ali, pronto para dar tudo de si ao lutador.

Kilian mordeu o lábio, admirando a figura desconcertada e arruinada de Charlie, concentrando-se em seu próprio orgasmo. Fitou os olhos lacrimejantes, depois as bochechas rosadas, então seus lábios cheios em formato de coração. Tudo isso surtiu um efeito afrodisíaco em sua mente, levando-o cada vez mais ao nirvana.

Não demorou para chegar lá.

Quando chegou, sentiu que estava em um lugar completamente diferente e que nunca havia visitado antes. Seu corpo inteiro estremeceu, sendo guiado em ondas por aquele prazer, que não era apenas físico, mas também mental. Uma mistura dos dois. Quando percebeu, estava se deitando sobre Charlie mais uma vez, sendo acolhido por seus braços magrelos.

Charlie riu, afagando suas costas, definitivamente satisfeito.

— Você está bem? — Perguntou.

— Hm — Kilian resmungou, soando extasiado.

— Está com voz de quem está com sono — Charlie observou.

Ele é tipo um dopante, pensou Kilian, concordando.

Bolou para o lado, passando a fitar o teto. Seus olhos se tornaram gradativamente pesados. Mesmo assim, virou o rosto para o lado e fitou o perfil de Charlie, que o encarou de volta.

— Obrigado — disse Kilian, a voz soando arrastada.

Charlie riu timidamente, concordando.

— Eu, hm... já estou de saída — murmurou.

— Não — disse Kilian, passando o braço por sua barriga, puxando-o para perto. — Dorme aqui.

Silêncio.

— Sério? — Charlie soou incerto.

— Hmhum — Kilian murmurou.

— Hm... tudo bem — disse Charlie. — Durmo sim.

Kilian sorriu brevemente, deitando a cabeça em seu peitoral. Pouco se importou pela forma que estava agindo, só fez o que seu corpo desejou fazer. Em pouco tempo, sentiu a mão carinhosa de Charlie desenhando círculos em seu braço, embalando-o no prazer que era ser, finalmente, bem-recebido pelo sono.

Ah, o sono, finalmente.

Depois disso, Charlie não falou mais nada.

E Kilian dormiu por dez horas seguidas.

O primeiro sono longo depois de mais de um mês.

Depois disso, Charlie não voltou a lhe oferecer tal alívio, e ele sabia o porquê: Carl voltou a se meter em suas vidas, o que o afastou completamente. Dois dias depois, na cama com Carl, pensou no corpo de Charlie, no som de seus gemidos, desejando provar daquilo mais uma vez.

Diferente de Carl, Charlie era bom.

 

[NOTAS DO AUTOR]: Charlie e Killian são os protagonistas de um novo romance que estou escrevendo. Atualmente, estou escrevendo tanto eles quanto o **U*L, que estão acompanhando pelo Instagram 🫡


Gostaram? Me contem nos comentários 🫡💕

 
 
 

3 Comments


Rawenna Zahir
Rawenna Zahir
Sep 03, 2024

Porra Ju, já to esperando ansiosamente pela estreia dessa arte!!!🛐🛐🛐

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Riquele Dayane
Riquele Dayane
Sep 02, 2024

Ficou ótimo, divou!

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Isapiirees
Isapiirees
Sep 02, 2024

Ficou tudooo junior,arrasou com sempre!!🩷

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